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CIÊNCIA
Pesquisa sugere a existência de fator genético ligado à maior sensibilidade de hipertensos ao consumo do sal
Gene agrava dietas com sal, diz estudo
da "Reuters"
Diferenças genéticas explicariam
por que nem todos os hipertensos
são sensíveis à quantidade de sal
presente em suas dietas, afirmam
pesquisadores dos EUA que dizem
ter descoberto o "gene do sal".
Segundo os cientistas, os indivíduos com uma determinada variedade desse gene -chamada de
AA- têm maior risco de se tornar
hipertensos e respondem melhor a
terapias com base na redução do
sal na alimentação.
Em outro grupo, o das pessoas
que têm a variedade tipo GG, a redução do sal na dieta deixa de provocar queda significativa da pressão arterial depois de seis meses.
Os resultados reforçam a importância da redução do consumo de
sal para o controle da hipertensão
em qualquer paciente.
"O estudo é o primeiro passo para podermos definir quem é e
quem não é sensível ao sal", disse
Steven Hunt, da Escola de Medicina da Universidade de Utah
(EUA), que coordenou a pesquisa.
A equipe de Hunt acompanhou,
por três anos, 1.509 homens e mulheres brancos com idade de 30
anos a 54 anos. No início do estudo, todos estavam acima do peso
corporal recomendado.
Os pacientes apresentavam níveis de pressão arterial diastólica
(que ocorre após a contração do
músculo cardíaco) entre 83 mm/
Hg e 89 mm/Hg (milímetros de
mercúrio), um pouco abaixo de 90
mm/ Hg, que define a pressão alta.
Os participantes foram divididos
em quatro grupos. Um deles foi
submetido a uma dieta baixa em
sal. Outro seguiu uma dieta para a
perda de peso. O terceiro combinou essas duas dietas e o quarto, o
de controle, não mudou seus hábitos alimentares.
Ao final do estudo, no grupo que
reduziu o sal, as pessoas portadoras da variedade AA do gene apresentaram pressão diastólica média
2,2 mm/Hg menor do que a do
grupo de controle.
A pressão média dos portadores
da variedade GG no grupo que cortou o sal diminui durante os primeiros seis meses da pesquisa,
mas, ao final do terceiro ano, estava 1,3 mm/Hg acima do valor médio do grupo de controle.
Hunt diz que não sabe por que as
pessoas com variedade GG se tornaram "insensíveis" à diminuição
do sal só depois de seis meses.
Resultados similares ocorreram
no grupo da perda de peso, ou seja,
os níveis de pressão diastólica caíram entre os portadores da variedade AA e se mantiveram inalterados nos indivíduos com genes GG.
Em agosto deste ano, David
McCarron, da Universidade das
Ciências da Saúde, em Portland,
Oregon (EUA), disse que o sal não
é o fator alimentar mais importante no controle da hipertensão.
McCarron afirmou que uma dieta rica em minerais como o potássio, o magnésio e, principalmente,
o cálcio é mais eficiente na prevenção da doença.
Os resultados da pesquisa de
Hunt foram publicados na edição
deste mês da revista "Hypertension: Journal of the American
Heart Association", dos EUA.
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