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Contaminação pré-hispânica pode ameaçar população atual
DA REDAÇÃO
O estudo do canadense Colin
Cooke e colegas, publicado na
edição de hoje do periódico
científico "PNAS", mostra como o acaso pode ajudar os esforçados em ciência.
Ao apontarem suas brocas
para o fundo dos lagos nos Andes, os pesquisadores não tinham nem ideia de que os índios usaram tanto cinábrio a
ponto de contaminar o ar.
"Nós estávamos procurando
traços de poluição de mercúrio
relacionada à mineração espanhola em Huancavelica", afirmou o pesquisador. "Nunca esperaríamos encontrar poluição
pré-hispânica, menos ainda
3.500 anos de poluição por
mercúrio", continuou.
E quanta poluição. O grupo
encontrou mercúrio até mesmo no fundo de um lago a 225
quilômetros de Huancavelica,
onde ficam as minas. Isso indica que, durante o império inca,
o mercúrio deixou de ser um
problema local para se tornar
um problema regional.
Essa herança maldita dos índios pode ser um risco para a
população de Huancavelica até
hoje. "Não sabemos qual é o nível de risco, no entanto", disse
Cooke. Boa parte do mercúrio
está trancafiada nas profundezas da coluna de sedimentos,
mas parte dele está no topo
dessa coluna. Isso pode facilitar
a transformação de mercúrio
inorgânico em metilmercúrio,
a forma mais tóxica do elemento. "Sem dúvida ele ocorre nos
lagos que estudamos perto de
Huancavelica. Um desses lagos
tem peixes que a comunidade
comia regularmente. Eles podem estar contaminados com
metilmercúrio", disse Cooke.
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