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MEDICINA
Inspiração vem de planta utilizada pelos chineses
Equipe cria droga sintética para combater o parasita da malária
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma grupo de cientistas produziu aquela que promete ser a droga ideal para tratar a malária,
doença tropical que ameaça 2 bilhões de pessoas, afeta meio bilhão por ano e mata uma criança
africana a cada 30 segundos.
O parasita causador da doença,
um organismo unicelular conhecido como plasmódio, tem adquirido resistência aos remédios
mais usados. Hoje, o melhor tratamento para a doença vem de
uma planta que já era usada para
tratar febres na China há 1.500
anos, mas que só na década de 80
foi adotada no Ocidente.
Trata-se da artemisina, composto retirado da planta artemísia
(nome científico Artemisia annua). Mas há vários problemas
com terapias baseadas nele. Elas
podem custar até 20 vezes mais
que as drogas tradicionais; são de
difícil produção em massa devido
à dificuldade de extração do composto da planta; e exigem regimes
de tratamento complexos.
Mas como a letalidade da artemisina ao parasita é incontestável, os cientistas liderados por Jonathan L. Vennerstrom, da Universidade de Nebraska, nos EUA,
usaram-na como base para produzir uma versão sintética que
pode ser mais barata e mais fácil
de produzir e aplicar.
A equipe também inclui cientistas da Austrália, do Reino Unido
e da Suíça, e deve ser produzida
pela empresa indiana Ranbaxy,
com patrocínio da ONG "Medicines for Malaria Venture" (Iniciativa Remédios para a Malária).
Mas nada garante que o parasita não crie resistência à artemisina ou à nova droga sintética. "Há
sempre esse risco", disse Vennerstrom à Folha. Os resultados
da equipe estão hoje na revista
"Nature" (www.nature.com).
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