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Estados vão assumir a fiscalização do desmate
DA REDAÇÃO
O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) aprovou na última sexta-feira uma
resolução que passa para as
mãos dos Estados a responsabilidade sobre a fiscalização e
as autorizações de desmatamento. O Ibama, que vinha autorizando a maior parte dos
desmates, passará a agir apenas
em alguns casos.
A nova norma estabelece que
o órgão ambiental federal só
deverá fiscalizar exploração de
madeira em áreas superiores a
50 mil hectares e desmatamentos maiores que 2.000 hectares
na Amazônia e 1.000 hectares
no resto do país. Na prática, só
grandes latifúndios e projetos
agropecuários de alto impacto
ambiental ficam sob responsabilidade do Ibama.
A entrega da fiscalização de
florestas aos Estados tem sido
motivo de polêmica envolvendo governo e ambientalistas
desde a aprovação da Lei de
Gestão de Florestas Públicas,
neste ano. O Ministério do
Meio Ambiente defendia que o
Ibama tinha mais com o que se
preocupar do que fiscalizar
desmatamentos pequenos, no
"varejo", como vem fazendo; as
ONGs defendiam que os Estados não estavam prontos para
assumir a responsabilidade e
que a retirada do Ibama acabasse servindo como estímulo ao
desmatamento. A resolução
optou pelo bom senso.
"A descentralização não foi
lida pelos Estados como carta
branca", disse o secretário de
Biodiversidade e Florestas do
MMA, João Paulo Capobianco.
Uma outra resolução do Conama aprovada também na
sexta-feira define os padrões
para os sistemas estaduais de
controle de desmatamento e
transporte de madeira.
"Essa regulamentação era
primordial", disse Marcelo
Marquesini, do Greenpeace.
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