São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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População menor reduz emissão global em até 24%

DO ENVIADO AO MÉXICO

Hoje em 6,8 bilhões de habitantes, a população mundial deve chegar em 2050 a uma cifra entre 8 bilhões e 10,5 bilhões. Este número dependerá das taxas de fecundidade, e um crescimento maior agravará o aquecimento global, segundo o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas).
Um maior acesso à educação e a métodos contraceptivos diminuirá o ritmo de crescimento demográfico, especialmente em países emergentes, que tendem a aumentar suas emissões.
O relatório cita estudos que estimaram o impacto de um crescimento populacional maior. Um deles, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, considera dois cenários para 2050: um com 8 bilhões de pessoas, e outro com 9,2 bilhões. No cenário menos populoso, as emissões de CO2 seriam entre 1 bilhão e 2 bilhões de toneladas menores.
Isso representa de 11% a 24% do total de 8,5 bilhões de toneladas de emissões globais de CO2 em 2007, segundo o Centro de Análise e Informação sobre Dióxido de Carbono.
O relatório reafirma, no entanto, que as questões de saúde reprodutiva devem seguir as diretrizes da Conferência Internacional sobre População em Desenvolvimento, realizada em 1994, no Egito.
Com 179 países signatários do acordo, ela estabeleceu que é direito das populações terem acesso a serviços de saúde e educação, para que possam decidir, livremente, quantos filhos ter, e quando tê-los.
Como há forte correlação entre mais escolaridade e menos filhos, o relatório sustenta que, ao serem atendidos esses direitos, o ritmo de crescimento populacional cairá naturalmente, sem medidas arbitrárias de controle da natalidade.
O documento também lembra que o tamanho da população não é, obviamente, a única variável a ser observada.
Apesar de a população da Índia, por exemplo, ser mais que o triplo da americana, um cidadão norte-americano é responsável, em média, por uma emissão per capita 20 vezes maior do que a de um indiano.
Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE e especialista em temas ambientais, diz que o mais importante é considerar o impacto de cada pessoa.
"Quem mais aquece o planeta é uma minoria de habitantes que vive, principalmente, em países desenvolvidos. Só que as as classes médias que surgem em países emergentes ambicionam, com justiça, ter o mesmo padrão de consumo."


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