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População menor reduz emissão global em até 24%
DO ENVIADO AO MÉXICO
Hoje em 6,8 bilhões de habitantes, a população mundial
deve chegar em 2050 a uma cifra entre 8 bilhões e 10,5 bilhões. Este número dependerá
das taxas de fecundidade, e um
crescimento maior agravará o
aquecimento global, segundo o
UNFPA (Fundo de População
das Nações Unidas).
Um maior acesso à educação
e a métodos contraceptivos diminuirá o ritmo de crescimento demográfico, especialmente
em países emergentes, que tendem a aumentar suas emissões.
O relatório cita estudos que
estimaram o impacto de um
crescimento populacional
maior. Um deles, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, considera dois cenários para 2050: um com 8 bilhões de pessoas, e outro com
9,2 bilhões. No cenário menos
populoso, as emissões de CO2
seriam entre 1 bilhão e 2 bilhões de toneladas menores.
Isso representa de 11% a 24%
do total de 8,5 bilhões de toneladas de emissões globais de
CO2 em 2007, segundo o Centro de Análise e Informação sobre Dióxido de Carbono.
O relatório reafirma, no entanto, que as questões de saúde
reprodutiva devem seguir as
diretrizes da Conferência Internacional sobre População
em Desenvolvimento, realizada em 1994, no Egito.
Com 179 países signatários
do acordo, ela estabeleceu que
é direito das populações terem
acesso a serviços de saúde e
educação, para que possam decidir, livremente, quantos filhos ter, e quando tê-los.
Como há forte correlação entre mais escolaridade e menos
filhos, o relatório sustenta que,
ao serem atendidos esses direitos, o ritmo de crescimento populacional cairá naturalmente,
sem medidas arbitrárias de
controle da natalidade.
O documento também lembra que o tamanho da população não é, obviamente, a única
variável a ser observada.
Apesar de a população da Índia, por exemplo, ser mais que
o triplo da americana, um cidadão norte-americano é responsável, em média, por uma emissão per capita 20 vezes maior
do que a de um indiano.
Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE e especialista
em temas ambientais, diz que o
mais importante é considerar o
impacto de cada pessoa.
"Quem mais aquece o planeta é uma minoria de habitantes
que vive, principalmente, em
países desenvolvidos. Só que as
as classes médias que surgem
em países emergentes ambicionam, com justiça, ter o mesmo padrão de consumo."
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