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Minc pede acordo para corte maior de CO2
Brasil defende que países pobres reduzam mais emissões em troca de ação semelhante em nações ricas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu em
Nairobi, no Quênia, uma proposta chamada Espiral Descendente de Carbono, que prevê a
responsabilidade conjunta,
mas diferenciada, de países desenvolvidos e em desenvolvimento no enfrentamento ao
aquecimento global.
Ele participou do encontro
internacional promovido nesta
semana pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente). O ministro
afirma que falta pouco tempo
para a Conferência do Clima
em Copenhague (Dinamarca),
que acontece em dezembro, e
que até lá é preciso que os países assumam metas mais ousadas de redução das emissões
dos gases de efeito estufa, como
o dióxido de carbono (CO2).
A proposta considera a provisão de recursos financeiros e
a transferência de tecnologias
limpas para as nações em desenvolvimento. A sugestão
-em debate com o Itamaraty e
o Ministério da Ciência e Tecnologia- ocorreu na Consulta
Ministerial sobre Mudança do
Clima, organizada pela Dinamarca, no Fórum Global de Ministros de Meio Ambiente.
Minc considera que os países
ricos deverão aumentar a meta
que têm admitido assumir até
agora. A Alemanha, por exemplo, admite a meta máxima de
20% de redução das emissões
de gases-estufa até 2020 (em
relação às emissões de 1990),
podendo chegar a 30% se as nações em desenvolvimento também se comprometerem com
reduções. "É pouco, tem que
ser de 40%", afirma Minc.
Como contrapartida dos países em desenvolvimento, ele cita o exemplo do Brasil, que
apresentou um Plano Nacional
de Mudanças Climáticas em
2008, com meta de reduzir
70% do desmatamento da
Amazônia até 2017.
Segundo Minc disse à Folha,
a reação à proposta foi "variada". "Alguns países ricos não
admitem repassar recursos para países como a China, que é
um grande emissor. Em sua
opinião, a discussão não pode
ficar em "menos, menos", e
tem que ir para o "mais, mais",
com maior esforço de todos os
países nas reduções.
Amazônia perde
Em Nairobi foi apresentado o
estudo do Pnuma GEO Amazônia. A pesquisa mostra que, ao
longo da história, a floresta
amazônica perdeu 17% de sua
área original em oito países
-Bolívia, Brasil, Colômbia,
Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Os dados coletados vão até 2005. A área perdida de floresta é de 857,6 mil
km2, o equivalente a 94% do
território da Venezuela.
Minc afirmou que o Brasil é
um dos poucos que estão reduzindo o desmatamento. Ele se
comprometeu "ainda mais" a
passar a tecnologia de monitoramento do Inpe para os demais países.
(AFRA BALAZINA)
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