São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2008

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Reino Unido libera a utilização de embriões híbridos pelos cientistas

Reforma de leis britânicas sobre a fertilização é a maior dos últimos dez anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O uso de embriões híbridos (células animais com material genético humano) em pesquisas está liberado, pelo menos no Reino Unido. Ontem, na Câmara dos Comuns, os parlamentares derrubaram um projeto que tentava proibir o uso dessa ferramenta biológica.
Assim como ocorre no Brasil, no caso do uso das células-tronco embrionárias, os debates de antes da votação de ontem ficaram polarizados.
De um lado a ciência e de outro a religião. O primeiro grupo acabou vencendo. Foram 336 votos contra a proibição e apenas 176 a favor.
Apesar de a emenda contra o uso dos embriões híbridos ter sido apresentada por um parlamentar do Partido Conservador, todos os políticos foram liberados pelo seus partidos para votarem "de acordo com a consciência de cada um".
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown já havia declarado ser favorável ao uso dos embriões nas pesquisas.
Mesmo assim, muitos se opuseram a medida. "Eu não acredito pela minha alma, ou pelo meu cérebro, que eu sou 80% um camundongo e 30% uma planta ornamental. A raça humana é especial e é diferente da raça animal e penso que nós precisamos levar isso muito a sério", disse Edward Leigh, um dos parlamentares contrários ao uso de embriões híbridos.
Os debates na Câmara dos Comuns sobre a Lei de Embriologia e Fertilização Humana continuam hoje, quando outras emendas ao projeto de lei serão apreciadas pelo plenário.
Uma delas, por exemplo, vai decidir se a fertilização "in vitro" poderá ser feita sem a presença de um pai. Essa medida visa a abrir a possibilidade de que casais de mulheres lésbicas possam ter uma criança.
A atual reforma do conjunto de leis britânicas que regulamentam as pesquisas com embriões e a fertilização humana é a maior dos últimos dez anos.
Países como Austrália, França, Alemanha e Itália não permitem o uso de híbridos nas pesquisas científicas.


Com agências internacionais.


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