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Reino Unido libera a utilização de embriões híbridos pelos cientistas
Reforma de leis britânicas sobre a fertilização é a maior dos últimos dez anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O uso de embriões híbridos
(células animais com material
genético humano) em pesquisas está liberado, pelo menos
no Reino Unido. Ontem, na Câmara dos Comuns, os parlamentares derrubaram um projeto que tentava proibir o uso
dessa ferramenta biológica.
Assim como ocorre no Brasil,
no caso do uso das células-tronco embrionárias, os debates de antes da votação de ontem ficaram polarizados.
De um lado a ciência e de outro a religião. O primeiro grupo
acabou vencendo. Foram 336
votos contra a proibição e apenas 176 a favor.
Apesar de a emenda contra o
uso dos embriões híbridos ter
sido apresentada por um parlamentar do Partido Conservador, todos os políticos foram liberados pelo seus partidos para
votarem "de acordo com a
consciência de cada um".
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown já havia declarado ser favorável ao uso dos
embriões nas pesquisas.
Mesmo assim, muitos se
opuseram a medida. "Eu não
acredito pela minha alma, ou
pelo meu cérebro, que eu sou
80% um camundongo e 30%
uma planta ornamental. A raça
humana é especial e é diferente
da raça animal e penso que nós
precisamos levar isso muito a
sério", disse Edward Leigh, um
dos parlamentares contrários
ao uso de embriões híbridos.
Os debates na Câmara dos
Comuns sobre a Lei de Embriologia e Fertilização Humana
continuam hoje, quando outras
emendas ao projeto de lei serão
apreciadas pelo plenário.
Uma delas, por exemplo, vai
decidir se a fertilização "in vitro" poderá ser feita sem a presença de um pai. Essa medida
visa a abrir a possibilidade de
que casais de mulheres lésbicas
possam ter uma criança.
A atual reforma do conjunto
de leis britânicas que regulamentam as pesquisas com embriões e a fertilização humana é
a maior dos últimos dez anos.
Países como Austrália, França, Alemanha e Itália não permitem o uso de híbridos nas
pesquisas científicas.
Com agências internacionais.
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