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Fibra de camarão pode despoluir rios
Pesquisa da Unicamp indica que substância extraída de crustáceos consegue eliminar metais pesados da água
Abundante na natureza,
quitosana já é muito usada pela indústria de medicamentos em várias outras aplicações
MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS
Uma fibra retirada de crustáceos, como camarão e lagosta, pode ajudar a despoluir rios e lagos contaminados por metais pesados, de
acordo com uma pesquisa da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
A fibra, chamada quitosana, é abundante na natureza
e comumente usada pela indústria farmacêutica para
outras finalidades.
"Ela é extraída da casca de
crustáceos, como caranguejos, que são descartados pela
indústria pesqueira", disse a
pesquisadora Elaine Nogueira Lopes de Lima, que apresentou o trabalho como tese
de doutorado em química.
Para extrair da água metais como cobre e chumbo,
que podem contaminar animais e plantas nas proximidades, a quitosana é alterada
quimicamente, ficando com
capacidade de "aderir" a essses elementos.
"A quitosana é usada em
forma de pó. Quando jogada
na água, os metais grudam
nas moléculas", disse Lima.
Em seguida, é feita uma filtragem para retirar o pó com
metais pesados absorvidos.
O pó da fibra pode ser reutilizado depois de retirados
os metais pesados.
Com os resultados positivos, a pesquisadora já planeja testar outras reações em
misturas com quitosana,
desta vez em fármacos. O objetivo é que o tratamento nos
rios seja ampliado para substâncias tóxicas desta área.
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