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CIÊNCIA
Descoberta pode indicar que terapia surgiu na Europa
"Múmia do gelo' teria marca de acupuntura
da "Reuters"
A múmia encontrada congelada
na fronteira entre a Itália e a Áustria, em 1991, pode ser uma evidência de que a acupuntura teve início
na Europa e não na China, como se
costuma acreditar, anunciaram
ontem pesquisadores em Viena,
capital da Áustria.
Oetzi, como foi apelidada a múmia, tem no corpo marcas de pontos que pareciam ser tatuagens.
Uma análise mais detalhada, porém, indicou que os pontos seriam
os mesmos utilizados em tratamentos com acupuntura.
Cientistas envolvidos na descoberta afirmam que esses pontos
são utilizados para tratar de problemas de saúde que Oetzi supostamente teria, como artrite aguda e
dores nas costas.
"Se esse homem viesse ao meu
consultório hoje, eu o trataria
usando os mesmos pontos", diz
Frank Bahr, presidente da Academia Alemã de Acupuntura, que esteve em Viena para apresentar as
conclusões da pesquisa.
Acredita-se que a acupuntura foi
inventada pelos chineses por volta
do ano 1000 a.C. Oetzi teria sido
tratado pelo menos 2.200 anos antes, em 3200 a.C.
"Parece ser uma forma primitiva
de acupuntura criada na Europa
Central", afirma Bahr.
Apesar desse caráter primitivo, o
pesquisador diz que o curandeiro
neolítico que teria aplicado o tratamento ao chamado homem de gelo
teria conhecimentos terapêuticos
muito superiores aos básicos.
"Esses pontos ainda seriam selecionados pelos melhores acupunturistas de hoje. É a combinação
mais comum para tratar doenças
reumáticas", diz Bahr.
A razão para que a pele de Oetzi
estivesse com outras marcas, semelhantes a tatuagens, segundo os
cientistas, não é clara. Para eles, as
feridas teriam sido esfregadas com
carvão para criar um efeito terapêutico mais duradouro ou para
indicar aos parentes de Oetzi onde
deveriam fazer massagens.
Após seis anos de disputa entre
pesquisadores austríacos e italianos pelo corpo mumificado encontrado na fronteira entre seus
países, a relíquia foi enviada para a
Itália em janeiro deste ano.
O corpo de Oetzi está atualmente
em uma câmara de vidro refrigerada no Museu de Arqueologia de
Bolzano, cidade localizada na região dos Alpes italianos.
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