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BIOTECNOLOGIA
Lorde defende a técnica só para terapias
Pesquisador britânico quer banir os "caubóis" da clonagem humana
DA REUTERS
Cientistas britânicos estão reivindicando que "caubóis da clonagem" sejam postos fora da lei
no mundo todo, em reação ao
anúncio de um especialista em
fertilidade, no final da semana, de
que havia transferido um embrião clonado humano ao útero
de uma mulher.
Lorde Robert May, presidente
da Sociedade Real (academia de
ciências britânica), criticou pesquisadores que estejam tentando
clonar seres humanos. Afirma
que isso é medicamente inseguro,
cientificamente duvidoso e socialmente inaceitável.
Com base em tentativas de clonar primatas, o que tem se mostrado difícil, ele questionou a exeqüibilidade da clonagem humana. "É importante, assim, que cada país introduza legislação eficaz
para deter os cowboys da clonagem", afirmou May num artigo
para a "Global Agenda", revista
oficial do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, que começa hoje em Davos, na Suíça.
Seus comentários vieram após o
anúncio feito em Londres, no sábado, pelo especialista em fertilidade dos Estados Unidos Panos
Zavos, de que menos de duas semanas antes havia transferido um
embrião clonado ao útero de uma
mulher não-identificada. Pesquisadores britânicos atacaram imediatamente sua afirmação e o desafiaram a apresentar provas
científicas do fato.
May enfatizou a distinção entre
clonagem terapêutica, na qual células de embriões humanos muito
novos são usadas em pesquisa
médica, e a clonagem reprodutiva. A terapêutica permitiria que
cientistas desenvolvessem tratamentos com células-tronco cultivadas desses embriões para reconstituir tecidos ou órgãos danificados (células-tronco embrionárias podem se transformar em
todo tipo de célula do corpo).
"Defensores da clonagem reprodutiva de pessoas parecem
mais motivados pela publicidade
obtida da realização de tais experimentos, contra a opinião científica e médica avassaladoramente
predominante, do que por uma
consideração genuína pelo sofrimento das cobaias humanas que
tomarão parte neles", disse May.
Zavos, que aguarda resultados
de exames para determinar se a
mulher engravidou, prometeu
prosseguir com o tratamento
controverso para fertilidade, se
essa primeira tentativa falhar.
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