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BIOTECNOLOGIA
Seqüenciamento é o primeiro passo para tentar encontrar genes que permitam avanços na cafeicultura
Fapesp e Embrapa fecham genoma do café
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O seqüenciamento do genoma
do café arábica (Coffea arabica),
espécie responsável por aproximadamente 80% da produção
brasileira de café, foi dado por encerrado pela Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp), que executaram o
projeto em parceria com o apoio
do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.
Após dois anos de trabalho e R$
1,8 milhão de investimento, foram
seqüenciados (soletrados) 240 mil
trechos de DNA usados pela planta (seu vocabulário ativo, por assim dizer). Esses genes ou pedaços de genes são isolados pela técnica conhecida como Expressed
Sequence Tags (ESTs). O seqüenciamento teve a participação de 18
laboratórios paulistas, a chamada
rede Genomas Agronômicos e
Ambientais (AEG, na abreviação
em inglês), e do laboratório da
Embrapa em Brasília.
Foi o 12º genoma feito pela rede
Onsa (Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos, outra sigla em inglês), instituto virtual de genômica formado
por 30 laboratórios para soletrar o
DNA da bactéria Xyllela fastidiosa, que causa a doença do amarelinho da laranja.
Segundo o coordenador do
projeto pelo lado da Fapesp, Carlos Colombo, do Instituto Agronômico de Campinas, a parte feita em São Paulo, 160 mil seqüências, já foi analisada. Foram encontrados 25 mil genes potenciais, por meio de uma análise
computacional dos dados ("palpites" gerados pelo computador,
que depois precisam ser confirmados em laboratório).
"Imaginamos que o banco total
-o nosso mais o da Embrapa-
vá chegar a [uma cifra de] 30
[mil] a 35 mil genes, mas é preciso fazer a junção para termos um
número real", diz Colombo.
Só no segundo semestre um
passo concreto para a solução de
problemas reais dos cafeicultores
será dado, com o chamado genoma funcional do café. "Entre as
opções iniciais está identificar genes ligados à qualidade da bebida
café e a resistência a estresse bióticos (pragas, por exemplo) e
abióticos (condições climáticas)."
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