São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2005

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ASTRONOMIA

Aglomerado rochoso ao redor de estrela similar ao Sol é 25 vezes maior que o existente entre Marte e Júpiter

Spitzer acha megacinturão de asteróides

DA REPORTAGEM LOCAL

Numa estrela vulgar localizada a "meros" 41 anos-luz daqui, cientistas americanos viram o que pode ser qualificado como um cinturão de asteróides tamanho família. Trata-se de um conjunto 25 vezes mais maciço que o localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, no Sistema Solar. É a primeira descoberta de um cinturão num sistema que não o nosso, mas como o nosso, onde a formação de planetas já está encerrada.
É comum os cientistas encontrarem discos de poeira recheados de pedregulhos ao redor de estrelas jovens. Esses agregados seriam, segundo eles, as peças formadoras de novos planetas, daí sua presença ao redor de astros novos. Acontece que a estrela HD69830 já é bem idosa: tem, por baixo, uns 2 bilhões de anos.
Depois de tanto tempo, é certo que nenhum planeta ainda poderia estar em formação por lá. Portanto, o que os cientistas viram, numa faixa que está entre 75 milhões e 150 milhões de quilômetros da estrela (o equivalente a 0,5 a 1 vez a distância Terra-Sol), é muito provavelmente um cinturão de asteróides, que impressiona pela grande densidade.
Para potenciais habitantes desse sistema, há uma boa e uma má notícia. A boa é que esse megacinturão perfaz um belíssimo espetáculo no céu noturno de qualquer planeta que porventura esteja por lá -uma faixa muito mais brilhante do que a que é produzida pela Via Láctea aqui na Terra.
Em compensação, num sistema planetário com tantos asteróides à solta, a probabilidade de impactos assassinos, como o que matou os dinossauros, seria bem maior.
"As extinções em massa que acontecem aqui a cada 65 milhões de anos ou coisa assim iriam ocorrer uma vez a cada 1 milhão de anos lá, então não seria o lugar mais habitável por aí", disse Charles Beichman, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), durante uma entrevista coletiva organizada pela Nasa (agência espacial americana) para anunciar os resultados, obtidos com o Telescópio Espacial Spitzer. (SN)


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