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Símbolo da biopirataria, cupuaçu ganha status de fruta nacional do Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de uma série de
disputas que se estenderam
por seis anos, o Brasil pode,
finalmente, dizer: "O cupuaçu é nosso". A lei que estabelece o produto como fruta
nacional foi sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e publicada ontem
no Diário Oficial.
O cupuaçu é uma fruta tipicamente nacional. Do
mesmo gênero do cacau, é
alimento dos povos indígenas da região amazônica. Dela se faz sucos, cremes, sorvetes, geléias, doces e, mais recentemente, chocolate.
O projeto para transformar o cupuaçu em fruta nacional, de autoria do senador
Arthur Virgílio (PSDB-AM),
tramitava no Congresso Nacional desde setembro de
2003. À época, ONGs que
atuam na Amazônia compraram uma briga pela paternidade da fruta, mobilizadas pela contestação à concessão dos direitos de comercialização da marca "cupuaçu" à empresa japonesa
Asahi Foods.
A Asahi criou uma espécie
de subsidiária, a Cupuacu
International [sem cedilha],
que pediu também o registro
de patente para os métodos
de produção industrial do
cupulate, o chocolate obtido
a partir da semente da fruta.
A campanha "O Cupuaçu é
Nosso" virou, à época, um
símbolo da luta de ONGs
contra a biopirataria. Foi
comparada com o bordão "O
Petróleo é Nosso", pregação
que durou seis anos (entre
1947 e 1953) e resultou na
criação da Petrobras.
Entidades como a Embrapa e a Ceplac (Comissão
Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) comemoraram a sanção da lei. O diretor da Ceplac, Gustavo Moura, defendeu que outras
plantas com valor econômico e social fossem protegidas, como o cacau e a seringa.
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