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Brasil sofrerá mais com clima, diz estudo
Modelo também põe Mediterrâneo e Oeste dos EUA entre áreas mais vulneráveis a aquecimento global
Will Burgess/Reuters
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Represa na Austrália, país que sofre sua pior seca em cem anos |
DA ASSOCIATED PRESS
O Brasil, o Mediterrâneo e o
oeste dos Estados Unidos estão
entre as regiões que mais vão
sofrer as conseqüências do
aquecimento global, indica
uma nova projeção que prevê
secas prolongadas, chuvas intensas e ondas de calor mais
longas nas próximas décadas. O
estudo, feito pelo Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos EUA, prevê também fenômenos contrastantes, como
quedas drásticas de temperatura e uma maior temporada de
crescimento vegetal.
O documento divulgado ontem é uma prévia de um relatório plurianual sobre mudança
climática que sai no ano que
vem. O estudo traz o resultado
das previsões de modelos climáticos que foram processados
por nove dos computadores
mais potentes do mundo, e
mostra as conseqüências mais
acentuadas, dentro de uma gama de possibilidades.
"Serão tempos difíceis, sobretudo para algumas regiões
específicas", diz Claudia Tebaldi, autora principal do documento ao lado de Gerald
Meehl, especialista em modelagem climática. As regiões que
eles destacam são aquelas sob
maior risco de sofrer as conseqüências extremas no espectro
de previsões dos modelos.
Alguns lugares, como o noroeste do Pacífico, devem sofrer com uma praga dupla: secas longas pontuadas por chuvas intensas. Com o mundo
mais quente, haverá mais chuva no Pacífico tropical, o que
mudaria o fluxo de ar em algumas áreas de maneira semelhante à que ocorre no El Niño,
mas atingindo mais áreas.
Segundo os cientistas, no
Mediterrâneo, a tendência a ficar no extremo das mudanças
deriva do fato de as chuvas no
Atlântico tropical mudarem as
correntes de ar.
O levantamento dos cientistas sai na edição de dezembro
do periódico científico "Climatic Change". Segundo Tebaldi e
Meehl, o trabalho fornece "evidências mais fortes e mais convincentes de que a possibilidade de essas mudanças extremas
acontecerem é maior".
A projeção usou dados sobre
dez índices consensuais de medição climática -cinco lidam
com temperatura e outros cinco com precipitação- e usaram-nos para rodar os modelos
de computador simulando o
clima do planeta até 2099. Tebaldi diz que os resultados mais
assustadores são os relacionados a ondas de calor. Tudo a
respeito delas -intensidade,
duração e ocorrência- piora.
Outra mudança importante será na intensidade das chuvas.
"Quando chover, vai chover
mais, mesmo que a freqüência
de chuvas não aumente", diz
Tebaldi.
Leia o estudo completo (em inglês)
www.cgd.ucar.edu/ccr/publications/
klu_multimodel_extremes_revised.pdf
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