São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2011

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Acervo tem livros científicos censurados

DE SÃO PAULO

Além das histórias de monstros, o arquivo da Biblioteca Nacional guarda ainda muitas outras obras que ajudam a contar a história da ciência.
Em uma seção sugestivamente apelidada de "inferno", dentro da divisão de obras raras, há publicações científicas que foram censuradas em diferentes momentos da história.
Parte do acervo é composto pelos livros da Real Biblioteca, que foram trazidos de Portugal em 1882, junto com a família real. Dentro desse material há inclusive obras censuradas pela Inquisição e incluídas no index, lista de publicações proibidas.
Desse período, o maior símbolo é um livro de anatomia do século 16, censurado pela Igreja Católica por conter imagens detalhadas do corpo humano, feitas por meio da observação de cadáveres dissecados.
"As razões para um livro ter sido censurado eram diversas. Iam desde assuntos considerados moralmente nefastos até obras que, simplesmente, contrariavam interesses", diz a bibliotecária Ana Virginia Pinheiro, chefe da divisão de obras raras da Biblioteca Nacional.
Alguns dos livros no "inferno" podem ser os últimos remanescentes de suas edições originais.
"Algumas cópias estão rabiscadas e com várias páginas arrancadas. Eram os exemplares dos próprios censores", completa.
Segundo ela, é relativamente comum que algum funcionário da biblioteca encontre por lá livros não registrados e que, teoricamente, não deveriam nem existir.
"Eles estavam literalmente escondidos. Em algum momento, um bibliotecário se preocupou com a continuidade dessas informações e fez o possível para manter a integridade do livro", diz.
De acordo com Pinheiro, muitas dessas descobertas acontecem na hora em que os livros precisam ser enviados para a restauração.


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