São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Índice

Novo orçamento da Nasa revolta pesquisadores

DA REDAÇÃO

O orçamento proposto pela Nasa para suas atividades em 2007 aumentou 3,2% em relação ao do ano anterior, mas deixou a comunidade científica revoltada. Os incrementos são todos voltados para o programa tripulado, em detrimento de empreendimentos de ciências espaciais e da Terra.
Entre as principais vítimas são uma potencial missão robótica a Europa, lua de Júpiter que possui um oceano sob sua crosta de gelo, e um telescópio espacial destinado a procurar planetas como a Terra ao redor de outras estrelas, o TPF (Localizador de Planetas Terrestres).
Na projeção elaborada pela Nasa para os próximos cinco anos, US$ 3 bilhões seriam desviados, até 2011, de projetos de exploração robótica do Sistema Solar para a manutenção dos ônibus espaciais.
"No ano passado, o administrador [da Nasa, Michael Griffin] disse, "nem uma única moeda de dez centavos" seria redistribuída assim. Agora descobrimos que são 30 bilhões de moedas de dez centavos", escreveu a direção da Sociedade Planetária, em manifesto enviado ao Congresso americano, que ainda tem de aprovar o orçamento da Nasa.
Griffin, por sua vez, está tendo dificuldades para explicar o rateio dos US$ 16,8 bilhões atribuídos à Nasa para 2007. Ele mesmo admitiu dificuldades, embora se mantenha firme à sua proposta. "Liderança significa tomar decisões difíceis", disse. "Um fato simples é que a Nasa simplesmente não pode arcar com tudo que nossas muitas divisões gostariam que nós fizéssemos. Precisamos estabelecer prioridades."
O plano de Griffin, elaborado com anuência da Casa Branca, é priorizar os gastos com os ônibus espaciais e a conclusão da construção da ISS (Estação Espacial Internacional).
No momento, dois módulos de pesquisa, um europeu e um japonês, estão prontos, aguardando oportunidade de pegar carona num ônibus espacial. Griffin considera fundamental não desapontar os países emparceirados no projeto, que já gastaram bilhões e continuam sem usar seus equipamentos.
Griffin também dirige esforços para acelerar a criação do CEV, veículo que substituirá os ônibus espaciais depois de sua aposentadoria em 2010.
Ele considera o desenvolvimento acelerado do CEV, descrito como uma "Apollo com esteróides", fundamental para a manutenção da imagem dos EUA como líderes na exploração espacial tripulada.


Texto Anterior: Nova polêmica derruba reitor de Harvard
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.