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Novo orçamento
da Nasa revolta
pesquisadores
DA REDAÇÃO
O orçamento proposto pela
Nasa para suas atividades em
2007 aumentou 3,2% em relação ao do ano anterior, mas
deixou a comunidade científica
revoltada. Os incrementos são
todos voltados para o programa tripulado, em detrimento
de empreendimentos de ciências espaciais e da Terra.
Entre as principais vítimas
são uma potencial missão robótica a Europa, lua de Júpiter
que possui um oceano sob sua
crosta de gelo, e um telescópio
espacial destinado a procurar
planetas como a Terra ao redor
de outras estrelas, o TPF (Localizador de Planetas Terrestres).
Na projeção elaborada pela
Nasa para os próximos cinco
anos, US$ 3 bilhões seriam desviados, até 2011, de projetos de
exploração robótica do Sistema
Solar para a manutenção dos
ônibus espaciais.
"No ano passado, o administrador [da Nasa, Michael Griffin] disse, "nem uma única
moeda de dez centavos" seria
redistribuída assim. Agora descobrimos que são 30 bilhões de
moedas de dez centavos", escreveu a direção da Sociedade
Planetária, em manifesto enviado ao Congresso americano,
que ainda tem de aprovar o orçamento da Nasa.
Griffin, por sua vez, está tendo dificuldades para explicar o
rateio dos US$ 16,8 bilhões atribuídos à Nasa para 2007. Ele
mesmo admitiu dificuldades,
embora se mantenha firme à
sua proposta. "Liderança significa tomar decisões difíceis",
disse. "Um fato simples é que a
Nasa simplesmente não pode
arcar com tudo que nossas
muitas divisões gostariam que
nós fizéssemos. Precisamos estabelecer prioridades."
O plano de Griffin, elaborado
com anuência da Casa Branca,
é priorizar os gastos com os
ônibus espaciais e a conclusão
da construção da ISS (Estação
Espacial Internacional).
No momento, dois módulos
de pesquisa, um europeu e um
japonês, estão prontos, aguardando oportunidade de pegar
carona num ônibus espacial.
Griffin considera fundamental
não desapontar os países emparceirados no projeto, que já
gastaram bilhões e continuam
sem usar seus equipamentos.
Griffin também dirige esforços para acelerar a criação do
CEV, veículo que substituirá os
ônibus espaciais depois de sua
aposentadoria em 2010.
Ele considera o desenvolvimento acelerado do CEV, descrito como uma "Apollo com
esteróides", fundamental para
a manutenção da imagem dos
EUA como líderes na exploração espacial tripulada.
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