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Cosmonauta não rejeita seguir carreira política
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU
O astronauta Marcos Pontes se
transformou em celebridade. Ontem, ao chegar a Bauru, o antes
desconhecido filho da cidade não
conseguia se locomover no meio
da multidão, mesmo com a escolta constante de cerca de 20 policiais militares.
Houve tumulto em quase todo o
trajeto. Pessoas se empurravam e
lutavam para ter um autógrafo do
conterrâneo famoso.
Um dia antes, em Brasília, pela
manhã, apesar de acenar para os
irmãos, presentes ao evento, só
conseguiu abraçá-los à noite, já
no fim dos compromissos.
"Quando eu fui escolhido, o
chefe da seleção veio e disse: "Sua
vida vai mudar um pouco. E já vai
começar agora, com uma coletiva
de imprensa". Deu um frio na barriga. Até então nunca tinha imaginado isso", disse.
A irmã, Rosa, que ajudou a criar
Pontes, resumiu: "Ele não é mais
só meu. Agora, é de todo o Brasil".
Durante todo o dia, a palavra
"herói" marcou os pronunciamentos de autoridades, amigos e
convidados da festa.
Pontes renegou a glória. "Quando comecei esse trabalho, não
pensei em virar herói."
Mas, questionado sobre o peso
do fardo, se disse tranqüilo. "Isso
não me assusta. Toda vez que eu
sento numa reunião com a mesa
internacional e tem uma bandeira
brasileira na frente, ah, isso imprime uma responsabilidade muito
grande", afirmou.
Sem comparações
O astronauta brasileiro também
pediu para que não o comparem
com outras personalidades que
marcaram a história. "Não quero
ser comparado a Santos-Dumont
ou a Yuri Gagarin. Quero ser
comparado a mim mesmo. Peço
para que me reconheçam pelo
meu trabalho."
Sobre o futuro, deu palpites e
não descartou usar a fama para
concorrer a algum cargo político.
"Eu tenho uma bagagem técnica e
de relações internacionais muito
boa e vou ter de achar uma posição para isso. Mas, para a política,
eu teria de me preparar antes. Se
eu achar que isso é a melhor maneira de servir o Brasil, eu posso
fazer isso."
(TR)
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