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Para latinos, proposta de acordo é deficiente
DA REDAÇÃO
Governos da América Latina
reunidos na Costa Rica rejeitaram anteontem a proposta em
análise na Comissão Internacional da Baleia que prevê a liberação da caça.
Segundo eles, o documento
apresentado pelo presidente da
comissão, Cristián Maquieira,
está "muito abaixo das expectativas e precisa ser significativamente reformado".
Os 14 latino-americanos do
chamado Grupo de Buenos Aires formam um dos blocos mais
coesos nas negociações internacionais sobre baleias. Eles
costumam votar em bloco por
medidas conservacionistas.
O grupo se reuniu nesta semana na Costa Rica para debater sua posição em relação à
proposta de acordo.
Um comunicado à imprensa
divulgado na quinta-feira afirma que a proposta falha porque
impõe aos países conservacionistas concessões imediatas
-como admitir a caça oficial de
um número grande de baleias-
e ao mesmo tempo adia por dez
anos decisões que poderiam
significar derrotas para os baleeiros, como o banimento permanente da caça científica.
Mas a principal objeção do
Grupo de Buenos Aires é o limite de captura proposto. Ele é
considerado alto demais. No
ano que vem, por exemplo,
mais de 1.800 baleias poderiam
ser oficialmente mortas no
mundo inteiro caso a proposta
passasse como está.
Não servem
Maquieira diz que mais de
4.000 baleias seriam salvas do
arpão nos próximos dez anos
caso a proposta seja aceita.
"Os números são críticos
neste processo, e os da tabela 4
não servem", disse à Folha o
ministro Fábio Pitaluga, negociador do Brasil na comissão. A
tabela 4 é o trecho do documento de Maquieira que apresenta as quotas anuais.
Ambientalistas do mundo
inteiro também têm criticado a
proposta, que consideram um
retrocesso. "Ela prevê a continuidade da caça no santuário
[da Antártida], o que é absurdo", diz Márcia Engel, do Instituto Baleia Jubarte.
(CA)
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