EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

A consolidação da memória associada ao medo ocorre ao mesmo tempo em pelo menos duas estruturas cerebrais. Enquanto informações emocionais do fenômeno são processadas na lateral de uma estrutura cerebral chamada amígdala, o mesmo ocorre simultaneamente em outra estrutura, só que lidando com associações "racionais" ligadas ao medo.
"Nós já sabíamos que a memória estava ligada às duas áreas do cérebro, mas a novidade agora é que conseguimos demonstrar que isso é feito em paralelo", diz à Folha o pesquisador Martín Cammarota, da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Ele é o primeiro autor do trabalho publicado hoje na revista científica "PNAS". O estudo, baseado em experimentos com camundongos, foi feito em colaboração com um grupo da Argentina.
Segundo os neurocientistas, a consolidação da memória ocorre em "paralelo" (simultaneamente nas duas áreas cerebrais) e não em "cascata" (uma vez em cada uma), como defende outra teoria. Cammarota afirma que a descoberta é relevante para projetar novos fármacos. "Podemos mexer em um dos componentes sem precisar interferir no outro", diz.


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