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Japonês cria liga metálica superelástica
Material com resistência similar à do aço aguenta até 15% de deformação, o dobro do recorde em compostos desse tipo
Invenção poderá ganhar
aplicação em estruturas de
edifícios mais resistentes a
terremotos e em aparatos
médicos microscópicos
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma liga metálica criada por
japoneses bateu o recorde de
elasticidade para esse tipo de
material, atingindo uma combinação sem precedentes de
flexibilidade e resistência. O
novo composto suporta deformações de até 15% em sua estrutura e depois é capaz de retomar a forma original. A invenção pode ganhar aplicações
que vão desde prédios imunes a
terremotos até aparatos médicos microscópicos.
Ainda sem nome comercial, o
material foi criado por físicos
da Universidade Tohoku, em
Sendai, no Japão. Para fazer o
composto, usaram como base o
ferro e o misturaram com níquel, cobalto, alumínio e tântalo, produzindo uma estrutura
cristalina complexa. O material
obtido é quase duas vezes mais
flexível que o nitinol -liga metálica de titânio e níquel que é a
mais elástica até agora-, além
de ser um pouco mais forte.
As propriedades da nova liga,
à qual os físicos se referem como tendo "memória de formato", estão descritos em estudo
na revista "Science". Cientistas
já especulam o que podem fazer com sua nova liga de ferro,
batizada provisoriamente com
a sigla NCATB. Uma aplicação
quase certa será a produção de
"stents", os tubos de armação
de arame que cirurgiões usam
para restaurar vasos sanguíneos flácidos e deteriorados.
"Hoje, os stents cardíacos são
instalados com o uso de níquel-titânio, mas o diâmetro da armação é grande demais para
entrar em vasos do cérebro",
afirma Toshihiro Omori, um
dos autores do estudo sobre o
material. "A solução para isso
será a liga de ferro [NCATB]."
O cientista também aposta
no material como um produto
útil na construção civil. "Quando um prédio fosse deformado
por um terremoto, uma liga superelástica poderia devolvê-lo
à sua forma normal", diz.
Segundo os pesquisadores, a
NCATB também possui propriedades magnéticas únicas
para uma liga metálica superelástica, a que a torna candidata
a uso em dispositivos especiais
de geração de energia, como recarregadores de bateria que
produzem eletricidade a partir
do movimento do corpo.
Apesar de promissor, porém,
o material ainda precisa superar "vários desafios técnicos e
econômicos" antes de ser comercializado, diz Ji Ma, físico
da Universidade A&M do Texas
que comenta o estudo dos japoneses. "Felizmente, há mais
maneiras de otimizar essa liga".
Com Reuters
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