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Adolfo Lutz descobre novo tipo de vírus da caxumba
Patógeno ajudará a rastrear caminhos da doença
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de pesquisadores
do Instituto Adolfo Lutz, de
São Paulo, identificou uma nova variedade de vírus da caxumba circulando no Estado. O
novo patógeno, que não é mais
nem menos nocivo que os subtipos já conhecidos, não requer
novas medidas de saúde pública, pois também sucumbe à vacina tríplice. A descoberta, porém, deve ajudar os cientistas a
entenderem melhor a dinâmica de espalhamento geográfico
da doença e a rastreá-la.
O isolamento do novo subtipo foi feito pela biomédica Terezinha Maria de Paiva a partir
de 14 amostras de sangue coletadas de pacientes em 2005 e
2006. Os doentes moravam nos
municípios paulistas de Atibaia, Jundiaí, Campinas e São
Paulo. Nenhum deles tinha tomado as duas doses da vacina
tríplice necessárias para proteção contra caxumba.
A caracterização do novo tipo
de vírus, que foi reconhecida
por pesquisadores britânicos
independentes, foi feita com
base em seqüenciamento de
trechos do DNA do patógeno.
Foi a primeira vez que o
Adolfo Lutz, instituto de referência em vigilância epidemiológica no país, caracterizou um
novo patógeno usando essa ferramenta. O domínio do método
é importante para que médicos
estejam preparados para lidar
com novos patógenos.
O vírus de caxumba isolado
pelo Adolfo Lutz é o 13º subtipo
conhecido no mundo. Mapear
as diferenças entre os patógenos ajuda cientistas a entender
melhor a dinâmica de espalhamento da doença entre regiões.
O estudo do DNA do vírus
também pode dar contribuições futuras para questões biológicas. "O trecho que analisamos é um gene variável", diz
Cecília Simões Santos, do Adolfo Lutz, responsável pela análise genética. "Ninguém sabe
ainda o papel da proteína associada a ele na biologia do vírus."
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