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Clima matou grandes animais, diz estudo
DO ENVIADO AO RIO
Um mistério ainda faz os
paleontólogos coçarem a cabeça: por que a chamada megafauna, bichos gigantes como o superurso argentino,
sumiram no fim da Era do Gelo? Uma análise preliminar
põe a culpa no clima.
A equipe de Gisele Winck,
da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), não
estudou diretamente os carnívoros, mas sim os grandes
herbívoros da época, como
mastodontes, preguiças-gigantes e parentes enormes
dos atuais tatus, que podiam
ter o tamanho de um Fusca.
Eles cruzaram dados sobre
a distribuição geográfica das
espécies com simulações de
computador que ajudam a
prever o clima e o tipo de vegetação América do Sul afora
durante o auge da Era do Gelo, há uns 15 mil anos. Depois, as mesmas simulações
indicaram como ficou a vegetação quando o frio passou.
O veredicto: os bichões
herbívoros tinham preferência por ambientes sem floresta e secos. Seu habitat teria
encolhido quando a umidade e a floresta cresceram, até
que sumiram, levando junto
carnívoros que os comiam.
Um dado, porém, pode
complicar essa explicação.
Há indícios de que, na Amazônia, a megafauna vivia em
ambientes de mata fechada.
Leonardo Avilla, paleontólogo da Unirio, aponta que
ainda há relativamente poucos dados amazônicos sobre
a questão. "E as datas de lá
giram em torno de 45 mil
anos, ou seja, são mais recentes que as que interessam.
Precisamos de mais dados e
de refinar as análises."
(RJL)
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