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Queimada causa emergência em MT
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma megaoperação de combate ao fogo está sendo realizada na
porção norte do Estado de Mato
Grosso para tentar controlar os
focos de queimada que estão se
aproximando das cidades.
Guarantã do Norte, um município de 30 mil habitantes a 782 km
de Cuiabá, que já teve quase 20%
da área (cerca de 5.000 km2) atingida pelos incêndios, está em situação de emergência. As queimadas ameaçam com gravidade
também as localidades de Peixoto
de Azevedo, Novo Mundo, Aripuanã e Matupá.
Dados do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) mostram que este mês de
agosto é o pior em índices de
queimadas dos últimos três anos
no Estado, registrando, até agora,
5.880 focos de calor -pontos
com temperatura muito elevada
que podem significar incêndio.
Em todo o país, o ano de 2002
registrou cerca de 60 mil focos como esses. Já 2001, em comparação, teve cerca de 55 mil focos. O
mês de agosto, por enquanto, teve
28.920 focos, enquanto em agosto
de 2001 haviam sido 32.911 focos
até o dia 21. De acordo com o meteorologista Raffi Sismanoglu, do
Cptec, o fogo costuma atingir seu
ápice em setembro.
O coordenador-geral do Proarco (Programa de Prevenção e
Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal), Rubens Vargas Filho, disse
ontem que quatro aviões e 60 brigadistas iriam se juntar aos três
helicópteros e outros 40 homens
que já estavam atuando na região.
As queimadas estão proibidas
até 15 de setembro em Mato Grosso e no Tocantins. Quem for pego
em flagrante poderá ter de pagar
multa de R$ 1.000 a R$ 1.500 por
hectare destruído.
A concentração de fumaça no ar
aumenta os casos de doenças respiratórias. A secretária da Saúde
de Guarantã do Norte, Maria Socorro Dantas, disse que metade
das ocorrências atendidas hoje
pelo único hospital da cidade são
em decorrência das queimadas.
O incêndio no Parque Nacional
da Chapada dos Guimarães foi
controlado. Desde janeiro, quatro
frentes de fogo foram combatidas
dentro do parque, que perdeu
cem dos seus 33 mil hectares.
No Pará, a situação das queimadas também é crítica. O Estado registrou o maior índice de focos de
calor do país nos últimos dez dias:
5.344 possíveis queimadas. Em
Mato Grosso do Sul, o problema é
menos crítico: 2528 focos até o último dia 21.
A situação é pior no sul paraense, nos municípios de São Félix do
Xingu, Novo Progresso, Novo Repartimento e Itaituba, que estão
em alerta verde por terem focos
de queimadas em áreas florestais.
Colaborou Maurício Simionato, da Agência Folha em Belém
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