São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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Queimada causa emergência em MT

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma megaoperação de combate ao fogo está sendo realizada na porção norte do Estado de Mato Grosso para tentar controlar os focos de queimada que estão se aproximando das cidades.
Guarantã do Norte, um município de 30 mil habitantes a 782 km de Cuiabá, que já teve quase 20% da área (cerca de 5.000 km2) atingida pelos incêndios, está em situação de emergência. As queimadas ameaçam com gravidade também as localidades de Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Aripuanã e Matupá.
Dados do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) mostram que este mês de agosto é o pior em índices de queimadas dos últimos três anos no Estado, registrando, até agora, 5.880 focos de calor -pontos com temperatura muito elevada que podem significar incêndio.
Em todo o país, o ano de 2002 registrou cerca de 60 mil focos como esses. Já 2001, em comparação, teve cerca de 55 mil focos. O mês de agosto, por enquanto, teve 28.920 focos, enquanto em agosto de 2001 haviam sido 32.911 focos até o dia 21. De acordo com o meteorologista Raffi Sismanoglu, do Cptec, o fogo costuma atingir seu ápice em setembro.
O coordenador-geral do Proarco (Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal), Rubens Vargas Filho, disse ontem que quatro aviões e 60 brigadistas iriam se juntar aos três helicópteros e outros 40 homens que já estavam atuando na região.
As queimadas estão proibidas até 15 de setembro em Mato Grosso e no Tocantins. Quem for pego em flagrante poderá ter de pagar multa de R$ 1.000 a R$ 1.500 por hectare destruído.
A concentração de fumaça no ar aumenta os casos de doenças respiratórias. A secretária da Saúde de Guarantã do Norte, Maria Socorro Dantas, disse que metade das ocorrências atendidas hoje pelo único hospital da cidade são em decorrência das queimadas.
O incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi controlado. Desde janeiro, quatro frentes de fogo foram combatidas dentro do parque, que perdeu cem dos seus 33 mil hectares.
No Pará, a situação das queimadas também é crítica. O Estado registrou o maior índice de focos de calor do país nos últimos dez dias: 5.344 possíveis queimadas. Em Mato Grosso do Sul, o problema é menos crítico: 2528 focos até o último dia 21.
A situação é pior no sul paraense, nos municípios de São Félix do Xingu, Novo Progresso, Novo Repartimento e Itaituba, que estão em alerta verde por terem focos de queimadas em áreas florestais.


Colaborou Maurício Simionato, da Agência Folha em Belém


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