São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Contaminação está acima da média no país

DA REPORTAGEM LOCAL

As aves que entram e saem do Brasil todos os anos também transportam altas quantidades de influenza. O pato selvagem é o principal alvo do grupo de caçadores de vírus da USP.
"A ocorrência [do influenza] é de 3% aproximadamente", afirma Edison Durigon. Desde 2006, em média, os pesquisadores analisaram as secreções de 2.000 aves por ano.
As coletas são feitas de forma sistemática em vários locais do Brasil. Mais recentemente, os esforços estão concentrados na ilha de Canelas (PA), na Coroa do Avião (PE), em Itajaí (SC) e na Lagoa do Peixe (RS).
"Apesar do monitoramento, estamos longe de cobrir direito todo o Brasil", diz Durigon.
Os dados coletados há quatro anos, diz o pesquisador, já ajudaram a derrubar um mito. "Existia uma tese de que as aves migratórias que deixavam a América do Norte para o Brasil se contaminavam aqui. Mas não é isso", diz o virologista.
Como os cientistas pegam as aves tanto quando elas entram no país (setembro a março), quanto no momento da volta para a casa (abril a junho), ficou fácil perceber. "Nem toda a ave chega aqui sadia", diz Durigon.
A vigilância não se resume ao influenza. "Estudo o vírus do Oeste do Nilo. Ele já chegou a outros países da América do Sul e, muito provavelmente, também deverá entrar no Brasil", afirma Tatiana Ometto, pesquisadora do grupo de Durigon.
Esse vírus, que causa encefalite (tipo de inflamação do sistema nervoso) grave, é transmitido por pernilongos, mas as aves são seu reservatório. Por isso, conta a cientista, todo o monitoramento é pouco.
Também em aves migratórias já chegou ao país o vírus Newcastle, que pode matar frangos. A avicultura brasileira hoje é livre do vírus, mas é preciso evitar que aves selvagens levem-no até as granjas. (EG)


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