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Contaminação está acima da média no país
DA REPORTAGEM LOCAL
As aves que entram e saem do
Brasil todos os anos também
transportam altas quantidades
de influenza. O pato selvagem é
o principal alvo do grupo de caçadores de vírus da USP.
"A ocorrência [do influenza]
é de 3% aproximadamente",
afirma Edison Durigon. Desde
2006, em média, os pesquisadores analisaram as secreções
de 2.000 aves por ano.
As coletas são feitas de forma
sistemática em vários locais do
Brasil. Mais recentemente, os
esforços estão concentrados na
ilha de Canelas (PA), na Coroa
do Avião (PE), em Itajaí (SC) e
na Lagoa do Peixe (RS).
"Apesar do monitoramento,
estamos longe de cobrir direito
todo o Brasil", diz Durigon.
Os dados coletados há quatro
anos, diz o pesquisador, já ajudaram a derrubar um mito.
"Existia uma tese de que as aves
migratórias que deixavam a
América do Norte para o Brasil
se contaminavam aqui. Mas
não é isso", diz o virologista.
Como os cientistas pegam as
aves tanto quando elas entram
no país (setembro a março),
quanto no momento da volta
para a casa (abril a junho), ficou
fácil perceber. "Nem toda a ave
chega aqui sadia", diz Durigon.
A vigilância não se resume ao
influenza. "Estudo o vírus do
Oeste do Nilo. Ele já chegou a
outros países da América do Sul
e, muito provavelmente, também deverá entrar no Brasil",
afirma Tatiana Ometto, pesquisadora do grupo de Durigon.
Esse vírus, que causa encefalite (tipo de inflamação do sistema nervoso) grave, é transmitido por pernilongos, mas as
aves são seu reservatório. Por
isso, conta a cientista, todo o
monitoramento é pouco.
Também em aves migratórias já chegou ao país o vírus
Newcastle, que pode matar
frangos. A avicultura brasileira
hoje é livre do vírus, mas é preciso evitar que aves selvagens
levem-no até as granjas.
(EG)
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