São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011 |
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OPINIÃO CONTRA Do ponto de vista econômico, desmatamento é tiro no pé
CARLOS EDUARDO YOUNG ESPECIAL PARA A FOLHA O argumento dos defensores das mudanças no Código Florestal é que, permitindo-se mais desmatamento, garante-se desenvolvimento. Contudo, as evidências vão em sentido contrário. A análise combinada dos dados de desmatamento e dos censos agropecuário e demográfico prova que o Índice de Desenvolvimento Humano não aumenta com mais desmate. Também existem evidências sólidas de que o processo de desmatamento está associado a problemas de propagação de doenças, como a transmissão de malária, mal de Chagas e outras enfermidades contagiosas, e ao aumento da violência. As mudanças propostas para o Código Florestal, além disso, retiram legitimidade da posição brasileira nas negociações internacionais sobre redução de emissões de gases do aquecimento global, justamente no Ano Internacional das Florestas. O caso dos biocombustíveis é paradigmático: apesar do potencial brasileiro no setor, a persistência do desmatamento tem criado problemas para a aceitação do etanol e biodiesel no exterior, pois o comprador não sabe se esses produtos contribuíram, para o aumento das queimadas e derrubadas e, assim, das emissões de carbono. O Brasil possui uma imensa riqueza florestal. Usar esses recursos no longo prazo, lembrando que os ativos naturais estão cada vez mais valorizados no tempo, é uma estratégia mais correta do que destruí-los em troca de retornos de curto prazo. CARLOS EDUARDO FRICKMANN YOUNG é economista da UFRJ Texto Anterior: Governo cede para votar nova lei florestal Próximo Texto: Opinião/A favor: Sim à agropecuária e sim também ao meio ambiente Índice | Comunicar Erros |
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