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Sondas encontram sinal de água na superfície da Lua
Cientistas de grupos independentes acreditam que regiões polares possuem refúgios da umidade lunar em crateras
H2O no satélite da Terra pode se formar com íons de hidrogênio do vento solar incidindo sobre minerais que possuem oxigênio
DA ASSOCIATED PRESS
A Lua não é tão seca quanto
parece. Traços de água se escondem sobre seu solo.
Três sondas espaciais diferentes detectaram a assinatura
da água por toda a superfície lunar, surpreendendo os cientistas que, a princípio, duvidaram
da medição, até que ela fosse
confirmada de forma independente e repetidamente.
A água, que se forma e evapora durante o dia lunar, não é o
bastante para sustentar a vida
no satélite. Mas, se processada
em quantidades maciças, ela
poderia abastecer astronautas
e foguetes de futuras missões.
Não é muita coisa. Dois litros
de solo lunar devem abrigar o
volume de um conta-gotas de
água, diz Jessica Sunshine, da
Universidade de Maryland
(EUA), coautora da descoberta.
"Ela está meio que grudada
na superfície", disse Sunshine.
"Nós sempre pensamos na Lua
como um lugar morto, mas há
esse processo dinâmico acontecendo lá", afirmou. A água
pode se formar com o bombardeio de vento solar -essencialmente um fluxo de núcleos de
hidrogênio- sobre minerais da
Lua que aprisionam oxigênio.
A descoberta será publicada
hoje em três artigos científicos
no site da revista "Science", e
pode ressuscitar o interesse na
Lua. O anúncio vem num momento em que cortes de verba
da Nasa ameaçam os planos dos
EUA de retornarem ao satélite
e duas semanas antes de uma
sonda americana bater no polo
Sul da Lua para ver se consegue
desenterrar o gelo do subsolo.
Na última década, astrônomos têm achado evidências de
gelo enterrado sob os polos lunares, mas a nova descoberta é
diferente: agora o que se detectou foi água espalhada pelo solo
-não absorvida por ele-, inesperada e por toda parte.
A água foi detectada por três
espaçonaves: a indiana Chandrayaan-1 e as americanas Cassini e Deep Impact. Todas usaram o mesmo tipo de instrumento, que olhou a absorção de
comprimentos de onda específicos da luz que são assinatura
química de dois compostos: a
água e a hidroxila (OH).
O grupo da sonda indiana foi
o primeira a fazer a detecção,
mas os cientistas acharam que
havia algo errado com o instrumento -afinal, todo mundo sabia que a Lua não tinha uma gota d'água sequer na superfície.
Depois, a detecção foi feita
com dados da Deep Impact,
lançada em 2005 para estudar
um cometa. Em seguida, cientistas olharam registros da Cassini, que passou pela Lua em
1999 a caminho de Saturno. Todas indicaram água e hidroxila.
A chance de que três instrumentos tenham falhado do
mesmo jeito em três naves diferentes é remota. "Não há dúvida de que ela [a água] está lá",
disse Carles Pieters, coautor da
descoberta. "É inequívoco."
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