São Paulo, sábado, 25 de março de 2006

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CURITIBANAS

CONSERVAÇÃO


Bicho vivo também dá dinheiro, sustenta novo relatório das Nações Unidas
Pode ser difícil de acreditar, mas entre 200 e 1.500 pessoas vão todas as noites para uma ponte em Austin, Texas, para ver a maior colônia urbana de morcegos dos EUA (1,5 milhão de bichos). Trata-se de um negócio de US$ 3 milhões por ano, segundo um novo relatório da ONU que mapeia o crescimento econômico ligado ao turismo de vida selvagem.
"O que estamos descobrindo é que esses animais normalmente são muito mais valiosos vivos do que mortos", resume o britânico Richard Tapper, coordenador do estudo, publicado ontem durante a COP-8. O trabalho, intitulado "Observação da Vida Selvagem e Turismo", avalia o assunto como um todo e apresenta 12 estudos de caso ao redor do mundo -um deles no Brasil.
O levantamento descobriu, por exemplo, que a observação de baleias, já praticada na costa brasileira, movimenta todo ano US$ 1 bilhão no mundo. Alguém mais cético poderia atribuir o sucesso ao fato de esses mamíferos marinhos serem um dos maiores ícones ambientais, mas o progresso na área já foi além das espécies mais carismáticas.
"Hoje vemos coisas como esses morcegos nos EUA ou borboletas no México", afirma a italiana Paola Deda, da Convenção de Espécies Migratórias do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
O caso brasileiro envolveu o projeto Tamar, que ajuda a proteger tartarugas marinhas. Seu centro mais popular, na Praia do Forte (BA), recebe cerca de 500 mil visitantes por ano (94% brasileiros). Só esse local recolheu US$ 490 mil dólares em 2003.
Deda diz que é preciso cuidado, mas que, se bem manejada, a iniciativa pode ajudar a conservação. "Em Uganda, por exemplo, vimos que as populações de gorila que conseguiram crescer foram justamente as que eram visitadas por turistas", diz. (RJL)


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