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MEDICINA
Juiz nega pedido da Pfizer para quebrar sigilo de revista
DA REPORTAGEM LOCAL
A justiça dos EUA rejeitou
o pedido da multinacional
farmacêutica Pfizer para
quebrar o sigilo editorial de
duas revistas científicas de
prestígio. A empresa queria
obrigar as publicações "Jama" e "Annals of Internal
Medicine" a revelar os nomes de pareceristas anônimos que avaliam a qualidade
de artigos científicos submetidos a esses periódicos.
Em decisão de 14 de março
-divulgada ontem em um
editorial do "Jama"- o Tribunal Federal do Distrito de
Chicago negou à Pfizer o direito de obter mensagens
trocadas entre editores e pareceristas das revistas. Advogados da empresa queriam
obter informações a respeito
da edição de artigos científicos que avaliavam efeitos de
medicamentos da firma.
O objetivo da multinacional era encontrar dados que
pudessem ser úteis nos processos que a empresa vem
sofrendo em razão de efeitos
colaterais das drogas Celebrex e Bextra. Ambos são antiinflamatórios e pertencem
à classe dos inibidores de
Cox-2 -a mesma do Vioxx,
que foi tirado do mercado em
2004 por temor de que tivesse causado ataques cardíacos
e derrames evitáveis em milhares de pacientes.
Autores das ações contra a
empresa alegam que o Celebrex (Celebra, no Brasil) possui problemas semelhantes
aos do Vioxx e que a Pfizer
sabia disso, tendo sido omissa ao não relatar o problema
nas bulas dos produtos.
Na sentença favorável às
revistas, o juiz Arlander Keys
defende o direito à confidencialidade no chamado "peer
review" -revisão por pares,
a prática de enviar propostas
de artigos a cientistas independentes, que os avaliam
mediante a manutenção de
seus nomes em sigilo. "A
confidencialidade garantida
das revisões permite aos revisores fazer críticas profissionais dos manuscritos sem
temer potenciais reações dos
autores", escreveu Keys.
O pedido da Pfizer para
quebrar o sigilo editorial de
uma terceira revista, o "New
England Journal of Medicine", ainda está pendente.
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