São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2010

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Japão relaciona longevidade no país à alimentação com baleia

Declaração, na Comissão Internacional da Baleia, provou risos

Toru Hanai/Reuters
Japonês come carne de baleia em restaurante de Tóquio

REINALDO JOSÉ LOPES
ENVIADO ESPECIAL A AGADIR

"Viva mais: coma carne de baleia." Dá para imaginar a estupefação de quem topasse com um anúncio do tipo, mas foi esse um dos argumentos usados em favor do consumo dos mamíferos durante a reunião anual da CIB (Comissão Internacional da Baleia), que termina hoje em Agadir (Marrocos).
A declaração, de Joji Morishita, comissário japonês, veio na esteira de uma discussão sobre os potenciais riscos à saúde humana ligados ao consumo de cetáceos.
Há dados sobre a contaminação de baleias com metais pesados, como o mercúrio, e poluentes orgânicos (pesticidas, entre outros).
Como se alimentam de grandes quantidades de animais menores, os cetáceos tendem a concentrar em seu organismo as doses desses contaminantes antes absorvidas por suas presas. Por isso, valeria a pena verificar o que isso desencadearia em pessoas que comem baleias.
Noruega e Islândia, países baleeiros (assim como o Japão), protestaram: peixes muito consumidos, como o atum, também concentram mercúrio em seu organismo.
Morishita levou o protesto a outro nível, contudo. "Os idosos do Japão são longevos e saudáveis. De longe, a população idosa do Japão é a que mais consome carne de baleia. Uma coisa pode muito bem estar ligada à outra", declarou o comissário, provocando risadas.


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