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Unesp inaugura o maior sistema de processamento em rede da América Latina
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) põe em operação a partir de hoje o maior
conjunto de computadores
usados para processamento
em grupo na América Latina.
Com "clusters" (aglomerados) de máquinas espalhados
em São Paulo, Botucatu, Araraquara, Bauru, São José do
Rio Preto e Ilha Solteira, cientistas paulistas terão acesso
agora a um sistema que na
prática opera como se fosse
um único supercomputador.
O poder de processamento
do sistema é de 33,3 Teraflops: 33,3 trilhões de cálculos
por segundo. "É o equivalente
a 10 mil computadores domésticos padrão, com processador Pentium 4", diz Sérgio
Novaes, professor do IFT
(Instituto de Física Teórica)
que coordena o projeto. Batizado de GridUnesp, o sistema
opera em esquema de "grid",
que distribui as tarefas de cálculo entra as várias máquinas
de acordo com o grau de ociosidade de cada uma delas.
Para descrever a capacidade de armazenamento do sistema, Novaes recorre a outra
metáfora. "É igual a uma pilha de DVDs com a altura de
um prédio de 18 andares."
A motivação do projeto, explica o professor, foi o aumento da demanda de áreas
de pesquisa que requerem
grande poder computacional.
A Unesp já tem 14 projetos
qualificados para usar a super-rede de processamento,
indo da biologia de proteínas
à física de partículas, passando pela meteorologia.
João Baptista Aparecido,
especialista em mecânica de
fluidos da Faculdade de Engenharia da Unesp de Ilha
Solteira, é um dos cientistas
que vai se beneficiar do novo
"grid". A rede permitirá seu
grupo de pesquisa atacar assuntos mais complexos e obter resultados mais rápido.
"Alguns problemas requerem
processamento de até 30 dias,
e isso pode ser reduzido para
três dias", afirma.
O controle do GridUnesp
fica no novo prédio do IFT, na
Barra Funda, onde está o
maior dos sete "clusters". As
unidades estão ligadas via fibra óptica em duas conexões
de 10 Gbps. "É 5.000 vezes
mais rápido que uma banda
larga doméstica", diz Novaes.
O custo do projeto -que
também será interligado a
um "grid" dos Estados Unidos- foi de R$ 8 milhões, divididos entre a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos
do Ministério da Ciência e
Tecnologia) e a Unesp.
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