São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2000

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BIOLOGIA
Pesquisa analisou salmões em um lago nos EUA
Estudo com peixe aponta processo ligado à diferenciação de espécies

DO "THE NEW YORK TIMES"

Por mais de um século os cientistas consideraram impossível testemunhar a evolução de uma nova espécie na natureza. Mas não é isso que mostra um estudo com salmões publicado na última edição da revista "Science".
Nele, pesquisadores apresentam evidências sugerindo que uma nova espécie pode surgir muito mais rápido do que se pensava anteriormente.
Além de sacudir as idéias atuais sobre o quão rápido novas espécies podem evoluir, dizem os pesquisadores, o novo estudo -juntamente com outro trabalho sobre a evolução em moscas-das-frutas- sugere que os cientistas podem ter esperanças de observar o surgimento de uma nova espécie na natureza. Essa oportunidade pode ajudar a entender um dos mecanismos fundamentais para a evolução da vida na Terra.
No novo estudo, os pesquisadores afirmam que uma população de salmões parece ter evoluído em dois grupos distintos que não mais se misturavam livremente, dando o primeiro passo para se tornarem espécies separadas, não após séculos ou milênios, mas em apenas 50 anos.
"Não havia precedente para isso", diz Andrew Hendry, da Universidade de Massachusetts, um dos autores do trabalho.
O estudo se aproveitou do fato de que uma espécie de salmão (Oncorhynchus nerka) havia sido introduzida em 1937 no lago Washington, próximo a Seattle.
Em 1992, quando os pesquisadores começaram a estudar o peixe, eles descobriram que o grupo original havia evoluído em dois grupos diferentes. Um deles depositava seus ovos na margem do lago, enquanto o outro, ligeiramente diferente, se reproduzia em um rio ligado ao lago.
Na mesma edição da "Science", pesquisadores australianos relatam evidências de que mudanças distinguindo duas espécies de mosca-das-frutas surgiram em apenas seis meses.


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