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China esquenta corrida espacial com nave lunar
Orbitador Chang'e-1 precede pouso na Lua em 2012
Xinhua/Reuters
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Foguete Longa Marcha-3A decola carregando a Chang'e-1 |
DA REDAÇÃO
A China deu mais um grande
salto para se consolidar como
superpotência espacial ontem,
ao lançar com sucesso sua primeira sonda lunar, a Chang'e-1.
A sonda decolou às 7h (hora
de Brasília) da base de Xichang,
na Província de Sichuan. Se tudo correr conforme o previsto,
ela deve entrar em órbita da
Lua no próximo dia 5 e passar
mais de um ano varrendo a superfície do astro, em preparação para o pouso de um veículo
não-tripulado que os chineses
planejam para 2012.
O país, que em 2003 entrou
para o seleto clube das nações
capazes de mandar humanos
ao espaço, não esconde a ambição de levar um taikonauta (nome dado aos astronautas chineses) para a Lua num futuro próximo -ao redor de 2020.
A TV chinesa transmitiu o
evento "quase" ao vivo (por alegadas razões de segurança, é
proibido transmitir ao vivo de
bases militares chinesas), e líderes do Partido Comunista estiveram presentes para testemunhar o novo grande feito espacial nacional, saudado com
ufanismo pela imprensa oficial.
"Sem dúvida, o lançamento
da Chang'e-1 mais uma vez
mostrará ao mundo que o povo
chinês tem a força de vontade, a
confiança e a capacidade de
constantemente escalar as alturas da ciência e da tecnologia", afirmou um comentarista
no site de notícias Sina Web.
Milhares de aficionados, turistas e jornalistas do país inteiro se apinharam em ladeiras e
mirantes da cidade de Xichiang
para ver o lançamento, comemorando quando o foguete
Longa Marcha-3A sumiu entre
as nuvens levando a sonda de
2,3 toneladas.
O feito chinês é mais um desdobramento de uma nova corrida espacial, que neste século
envolve as três grandes nações
asiáticas: China, Japão e Índia.
O Japão no começo deste
mês marcou seu primeiro tento
na disputa, ao colocar em órbita lunar a sonda Kaguya, que
tem essencialmente o mesmo
objetivo da Chang'e-1 -mapear
a superfície da Lua.
Além de objetivos parecidos,
ambas as naves têm nomes retirados na mitologia. Kaguya é
uma princesa lunar do folclore
nipônico, e Chang'e, uma deusa
chinesa que viajou até o astro.
A missão japonesa, no entanto, sofreu mais percalços que a
chinesa: passou quatro anos
sendo adiada. Nesse mesmo
período, a China levou três humanos ao espaço.
A próxima a invadir a Lua será a Índia, que pretende lançar
um orbitador lunar em 2008.
Segundo Chan Kwing-Iam,
especialista em física solar que
estudará os dados da Chang'e-1,
a sonda lunar deve ajudar a
China a alcançar o Japão no desenvolvimento de tecnologia
espacial própria.
O lançamento também serve
para Pequim mostrar que a inovação tecnológica cresce no
mesmo ritmo que a economia.
Embora as autoridades chinesas digam que o programa
espacial tem fins pacíficos, os
EUA andam tensos em relação
às manifestações de poder da
China. Os americanos têm
proibido a exportação de qualquer tipo de tecnologia espacial
para o gigante asiático. Isso tem
prejudicado indiretamente o
Brasil, parceiro da China no
programa CBERS de satélites,
que não consegue mais importar componentes americanos.
Com Reuters
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