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Americano cria "termômetro" para examinar animal extinto
Química de dentes e ossos permite inferir temperatura corporal
Patrick Kovarik - 14.abr.10/France Presse
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Esqueleto do dinossauro Albertosaurus em museu de Paris
DE SÃO PAULO
Uma charge do cartunista
americano Gary Larson mostra um cientista se aproximando de um dinossauro
com um termômetro retal gigante nas mãos.
A legenda: "Um instante
mais tarde, o professor Waxman e sua máquina do tempo são obliterados, deixando
sem resolução o debate sobre
se os dinossauros tinham
sangue quente ou frio".
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia apresentou
no periódico "PNAS" um método real -e mais seguro-
para tentar resolver o debate.
Eles descobriram que é
possível inferir a temperatura corporal de uma criatura
extinta olhando a composição química de seus dentes.
"Não é como voltar no
tempo e enfiar um termômetro no traseiro de um animal,
mas é quase", brincou o geoquímico John Eiler, líder do
grupo de pesquisa.
Eiler e seus colegas mostraram que os cristais de apatita (um mineral de cálcio)
nos ossos e dentes podem
guardar essa informação, na
forma de uma ligação química entre um tipo de carbono e
um tipo de oxigênio pesados.
A ligação entre esses isótopos, como são chamados (o
O18 e o C13) é a chave. Quanto
mais frio, mais facilmente ela
acontece, formando "agregados" moleculares.
Um aluno de Eiler, Robert
Eagle, criou um método para
contar a proporção de agregados de O18 e o C13 na apatita.
TESTE
O "paleotermômetro", então, foi testado em amostras
de dentes de elefantes, rinocerontes, crocodilos e tubarões. Em todos os casos, foi
possível inferir com precisão
a temperatura corporal (a
dos mamíferos, por volta de
37C, e a dos répteis, de "sangue frio", cerca de 26C).
Em seguida, o grupo testou fósseis de mamute, de
milhares de anos, e de parentes extintos do rinoceronte e
do aligátor, de 12 milhões de
anos - para saber se o método poderia ser aplicado também a fósseis. Pode.
O grupo já está analisando
fósseis de dinossauro. E quer
ir além. Como a apatita existe
desde o Pré-Cambriano, eles
acham que a técnica pode ser
usada para reconstituir a
temperatura em que viveram
os primeiros animais.
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