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ASTRONÁUTICA
Nova versão do foguete levaria até 600 kg
Apoio da Ucrânia pode duplicar capacidade de transporte do VLS
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O acordo de cooperação entre
Ucrânia e Brasil pode acabar dando impulso reforçado ao projeto
de duplicação da capacidade de
carga do foguete lançador nacional, o VLS. A afirmação é de Luiz
Bevilacqua, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Ele esteve ontem no Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas (IAG) da USP, em
São Paulo, na primeira de uma série de visitas a universidades para
reforçar a integração entre os
cientistas dessas instituições e o
programa espacial brasileiro.
Bevilacqua diz ter por meta triplicar o orçamento da AEB nos
próximos quatro anos. Hoje ele
gira em torno de US$ 40 milhões.
Atualmente, o VLS-1 (primeiro
modelo da série) só usa combustível sólido. Até agora dois lançamentos foram realizados, ambos
malogrados. Um terceiro está
marcado para agosto.
O foguete pode inserir um satélite de até 300 kg numa órbita terrestre baixa (300 km a 700 km de
altitude). O programa prevê a
criação de um novo modelo, o
VLS-2, com capacidade de 600 kg.
Os trabalhos efetivos no VLS-2
só vão começar depois que a primeira versão tiver feito três vôos
com sucesso. Quando isso ocorrer, o segredo para expandir a capacidade do foguete será desenvolver tecnologia de combustível
líquido -que a Ucrânia domina.
O acordo atual prevê o trabalho
conjunto de engenheiros brasileiros e ucranianos na realização das
adaptações necessárias ao foguete
Cyclone-4 para uso a partir do
Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Bevilacqua
aposta que esse trabalho pode
ajudar o Brasil a desenvolver a
tecnologia de propulsão líquida.
O presidente da AEB também
disse que pretende manter todos
os projetos em andamento. Isso
inclui VLS, programas de satélite,
desenvolvimento do centro de Alcântara e participação na ISS (Estação Espacial Internacional).
Entre os dias 16 e 18, representantes brasileiros estiveram nos
EUA para discutir os novos termos da participação brasileira no
complexo orbital. "Temos agora
uma lista de equipamentos, e poderemos chegar nos americanos e
dizer o que podemos fazer e o que
não podemos", disse Bevilacqua.
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