São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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CIÊNCIA
Telescópio no Havaí tem parceria do Brasil

da Reportagem Local

A inauguração de um novo telescópio óptico no Havaí, em um projeto do qual o Brasil participa, dará ao país a oportunidade de obter o dobro de dados sobre o Universo do que o captado atualmente.
O telescópio Gemini Norte, localizado em Mauna Kea, no Havaí (EUA), foi construído por uma parceria de sete países (EUA, Reino Unido, Canadá, Chile, Austrália, Brasil e Argentina). Seu custo total é de US$ 184 milhões.
Com um espelho de observação de 8 m de comprimento, o Gemini Norte será o telescópio em terra com maior acuidade visual.
"O telescópio será ideal para estudar regiões de formação de estrelas", diz Augusto Damineli, professor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP (Universidade de São Paulo) e membro de um comitê de gerenciamento de tempo do Gemini Norte.
Segundo ele, essas regiões são difíceis de ser pesquisadas porque costumam ser escondidas por nuvens de poeira. No entanto, as observações do Gemini, realizadas por meio de infravermelho, "filtram" a imagem.
Além disso, para que as observações não sejam prejudicadas por efeitos da atmosfera, o aparelho possui um sistema chamado óptica adaptativa, que compensa as perturbações e obtém imagens como se estivesse em órbita.
A inauguração do Gemini, com a divulgação de suas primeiras imagens, ocorreu ontem. Em uma delas, observa-se a nebulosa planetária BD+303639 (foto acima), estrela em processo de colapso.
A participação do Brasil, em 2,38% dos custos do projeto, faz com que o país tenha direito a cerca de sete noites por ano de observações astronômicas.
"Apesar de parecer que sete noites é pouco tempo, poderemos obter mais que o dobro da quantidade de dados captados atualmente", diz Damineli.


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