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"A família eu não posso culpar, porque sempre me deu atenção"
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
Se os cientistas acham difícil
explicar o comportamento violento, os homicidas internados
na unidade central da Fase em
Porto Alegre também dizem
não saber explicar por que entraram no mundo do crime.
"A família eu não posso culpar, porque sempre me deu
atenção", disse à Folha M.C.Z,
de 18 anos, detido cinco vezes,
uma delas por latrocínio. Ele
provavelmente será um dos
examinados no estudo da PUC-RS e da UFRGS. "Minha irmã
sempre me aconselha para eu
parar, para eu mudar de vida.
Eu sempre falo para ela que
vou mudar. Agora, estou tentando manter minha palavra."
Outro interno, D.S., 17, fugiu
de casa aos 12 para procurar a
mãe, que abandonara a família.
Autor de um homicídio registrado como crime passional,
ele diz não saber por que se tornou um agressor após ir para a
rua. "Eu nem era do mundo do
crime", diz. "Comecei trabalhando de carroça com câmara,
mas não deu certo. Não rendia
dinheiro. Aí comecei a meter
um assalto, um tráfico."
Apesar de dizerem não saber
por que se tornaram homicidas, os adolescentes se recusam a ser tratados como quem
não tem opção de mudar. "Eu
vou mudar, tenho certeza", diz
D.S. "Estou estudando para
passar de ano (...) com comportamento bom." (RG)
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