São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"A família eu não posso culpar, porque sempre me deu atenção"

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

Se os cientistas acham difícil explicar o comportamento violento, os homicidas internados na unidade central da Fase em Porto Alegre também dizem não saber explicar por que entraram no mundo do crime.
"A família eu não posso culpar, porque sempre me deu atenção", disse à Folha M.C.Z, de 18 anos, detido cinco vezes, uma delas por latrocínio. Ele provavelmente será um dos examinados no estudo da PUC-RS e da UFRGS. "Minha irmã sempre me aconselha para eu parar, para eu mudar de vida. Eu sempre falo para ela que vou mudar. Agora, estou tentando manter minha palavra."
Outro interno, D.S., 17, fugiu de casa aos 12 para procurar a mãe, que abandonara a família. Autor de um homicídio registrado como crime passional, ele diz não saber por que se tornou um agressor após ir para a rua. "Eu nem era do mundo do crime", diz. "Comecei trabalhando de carroça com câmara, mas não deu certo. Não rendia dinheiro. Aí comecei a meter um assalto, um tráfico."
Apesar de dizerem não saber por que se tornaram homicidas, os adolescentes se recusam a ser tratados como quem não tem opção de mudar. "Eu vou mudar, tenho certeza", diz D.S. "Estou estudando para passar de ano (...) com comportamento bom." (RG)

Texto Anterior: Para grupo de pesquisa, índole violenta é uma doença mental
Próximo Texto: Problema não é no DNA, mas os genes influenciam, diz cientista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.