|
Texto Anterior | Índice
BP tenta tapar vazamento com barro e lixo
Tática é inédita em profundidade; testemunha diz que negligência causou acidente
Win McNamee/Getty Images/France Presse
|
|
Operário que trabalha na mitigação do vazamento mostra óleo que se acumulou em pântano de Brush Island, Louisiana
DA ASSOCIATED PRESS
A petroleira BP iniciou ontem uma nova tentativa para
conter o vazamento de petróleo da plataforma que explodiu no golfo do México.
A ideia é tentar entupir a
tubulação do mecanismo conectado à saída do poço com
lama espessa e um preparado de lixo sólido.
A tática, chamada pelos
engenheiros de "top kill",
nunca foi usada em um poço
como o que está sofrendo vazamento agora, 1.500 metros
abaixo da superfície do mar.
A BP avalia que as chances
de sucesso estão entre 60% e
70%. A operação deveria demorar algumas horas, e a
avaliação do resultado só poderá ser feita a partir de amanhã, segundo a empresa.
Na opinião de alguns especialistas, porém, as chances
de sucesso são poucas. Gene
Back, professor de engenharia da Universidade A&M do
Texas, diz temer pela pressão
do óleo, que pode causar
mais fissuras na tubulação
de saída. "Quanto mais o
tempo passa, melhor", diz.
"Eles esperam que nada quebre e que não haja falhas com
o material bombeado."
JOGO DE EMPURA
O vazamento, que começou após uma explosão deixando 11 mortos em 20 de
abril, liberou pelo menos 25
milhões de litros de petróleo
para o mar até agora.
Um testemunho que que
vazou para a imprensa indica
que, dias antes da explosão,
diretores da BP reclamavam
do uso de "atalhos" na plataforma. Um fluido usado para
de perfuração tinha sido
substituído por água salgada
para acelerar o processo.
A declaração foi dada por
Truitt Crawford, um funcionário da Transocean, empresa proprietária da plataforma
da qual a BP é concessionária. Segundo ele, funcionários estavam discutindo problemas de pressão no poço
minutos antes da explosão.
Texto Anterior: Outro lado: Estado diz que cerco a empresa está crescendo Índice
|