São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2010

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BP tenta tapar vazamento com barro e lixo

Tática é inédita em profundidade; testemunha diz que negligência causou acidente

Win McNamee/Getty Images/France Presse
Operário que trabalha na mitigação do vazamento mostra óleo que se acumulou em pântano de Brush Island, Louisiana

DA ASSOCIATED PRESS

A petroleira BP iniciou ontem uma nova tentativa para conter o vazamento de petróleo da plataforma que explodiu no golfo do México.
A ideia é tentar entupir a tubulação do mecanismo conectado à saída do poço com lama espessa e um preparado de lixo sólido.
A tática, chamada pelos engenheiros de "top kill", nunca foi usada em um poço como o que está sofrendo vazamento agora, 1.500 metros abaixo da superfície do mar. A BP avalia que as chances de sucesso estão entre 60% e 70%. A operação deveria demorar algumas horas, e a avaliação do resultado só poderá ser feita a partir de amanhã, segundo a empresa.
Na opinião de alguns especialistas, porém, as chances de sucesso são poucas. Gene Back, professor de engenharia da Universidade A&M do Texas, diz temer pela pressão do óleo, que pode causar mais fissuras na tubulação de saída. "Quanto mais o tempo passa, melhor", diz. "Eles esperam que nada quebre e que não haja falhas com o material bombeado."

JOGO DE EMPURA
O vazamento, que começou após uma explosão deixando 11 mortos em 20 de abril, liberou pelo menos 25 milhões de litros de petróleo para o mar até agora.
Um testemunho que que vazou para a imprensa indica que, dias antes da explosão, diretores da BP reclamavam do uso de "atalhos" na plataforma. Um fluido usado para de perfuração tinha sido substituído por água salgada para acelerar o processo.
A declaração foi dada por Truitt Crawford, um funcionário da Transocean, empresa proprietária da plataforma da qual a BP é concessionária. Segundo ele, funcionários estavam discutindo problemas de pressão no poço minutos antes da explosão.


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