São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Foco

Audiências em cidades da área são mais animadas que encontros da ONU

Eduardo Geraque/Folha Imagem
Audiência pública sobre concessão florestal no "night club" na cidade de Faro, oeste do Pará

DO ENVIADO A FARO (PA)

Antes de conduzir uma audiência pública em Faro sobre o plano do governo de conceder áreas à exploração de madeira, Luiz Carlos Joels, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, realizou uma missão diplomática.
O padre da cidade, Dico, ameaçara atrapalhar a reunião pública, mas depois de uma conversa ele entendeu que a audiência era informativa, e não um plebiscito. Liberou seus fiéis, então. Tinha até carro de som na praça da cidade para protestar.
Todos, então, foram para o "night club", um galpão onde seria o evento. Estava mais animado que uma cúpula ambiental das ONU.
Em todas as reuniões, que duraram pelo menos quatro horas em cada cidade, Marcos Bliacheris, gerente do SFB, era obrigado a pegar o microfone e lembrar que, naquele espaço, campanha política não valia. Foi atendido. Nos bastidores, o advogado gaúcho defendia abertamente a "internacionalização" da Amazônia - ele é torcedor do Internacional.
Em quase todas as falas das pessoas das cidades, a palavra usada era exploração e não concessão florestal, o que pode ser sintomático.
Alguns, no fundo, querem desfrutar de algum tipo de inclusão. Outros, como os quilombolas da região, afirmam que são contra o projeto de concessão. (EG)


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