Leandro Moraes/Folha Imagem

Maria, da espécie macaco-prego-galego, nasceu em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Maria é considerada um símbolo de resistência: é o primeiro filhote da espécie rara Cebus flavius -macaco-prego-galego- nascido em cativeiro. O local da reprodução foi o Zoológico de São Paulo, onde a fêmea foi apresentada no último sábado.
Sua espécie esteve desaparecida por cerca de 200 anos e foi redescoberta em 2006. Apesar da boa notícia, a espécie vai direto para a nova lista de animais ameaçados do país, que deve ficar pronta no final deste ano.
São conhecidas até agora oito populações de macaco-prego-galego, ou algo entre 200 e 300 animais. "Há informações de que existam 20 populações, mas só encontramos 8. Se o número se mantiver, será uma das espécies mais ameaçadas do mundo", afirma Marcelo Marcelino, do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
João Paulo Capobianco, presidente interino do ICMBio e secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, está otimista na recuperação da espécie.
"O mico-leão-dourado esteve numa situação dramática também. O trabalho de recuperação da espécie na natureza, associado às ações em zoológicos, permitiu que se tenha hoje mais de mil animais", afirmou.
O Cebus flavius ocorre no Nordeste e habita fragmentos de floresta no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco e em Alagoas. Vive em grupos e se alimenta de frutas, flores, ovos, insetos e pequenos vertebrados. Uma das maiores ameaças para esse primata é a perda de seus habitats, com a destruição de florestas.
Os pais de Maria vieram de cativeiros ilegais para o Zôo de São Paulo. "Quando estão em cativeiro, adquirem hábitos totalmente alterados e não podemos soltá-los na natureza. Aí entra o papel do zoológico, que criou as condições para a reprodução", disse Capobianco. Há outro grupo da espécie em Belo Horizonte para tentativa de reprodução em cativeiro. (AFRA BALAZINA)


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