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Vazamento é o pior da história dos EUA
Derramamento de petróleo em plataforma da BP no golfo do México ultrapassa o do Exxon Valdez no Alasca
Tentativa de selar poço segue em frente; Obama adia liberação de mais poços e chefe de serviço
mineral pede demissão
Lee Celano/Reuters
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Barco navega em pântano na área de conservação de Pass-a-Loutre, na Louisiana, atingida pelo vazamento de óleo da BP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A divulgação de uma estimativa mais precisa divulgada ontem sobre o vazamento
de petróleo no golfo do México transforma o acidente da
plataforma submarina da BP
no maior desastre ambiental
da história dos EUA.
O fluxo do vazamento, segundo cientistas do governo
e técnicos independentes, é
de 2 milhões a 3 milhões de litros de petróleo.
A estimativa usada pela
petrolífera até agora era de
800 mil litros por dia. Ao todo, teriam vazado até agora,
depois de cinco semanas, algo entre 68 milhões e 148 milhões de litros de petróleo.
O vazamento que detinha
o recorde na costa americana
até agora era o do navio-tanque Exxon Valdez, que havia
despejado 42 milhões de litros no Alasca em 1989.
"Agora nós sabemos a escala real do monstro que estamos combatendo no golfo", disse ontem Jeremy
Symons, vice-presidente da
Federação Nacional de Vida
Selvagem. "A BP libertou
uma força irrefreável de proporções pavorosas."
A nova estimativa do acidente da BP no golfo do México saiu um dia após a empresa dar início a uma tentativa ousada de tapar o vazamento com uma mistura de
barro e lixo nas tubulações
danificadas a 1.500 metros
de profundidade.
Até a noite de ontem, a iniciativa estava tendo sucesso.
A BP, porém, parou de
transmitir as imagens de vídeo que mostravam o vazamento em tempo real, alegando que as lentes da câmera ficaram sujas demais.
REAÇÃO E DEMISSÃO
Ontem, o presidente Barack Obama respondeu a críticas de que seu o governo teria entregue à BP a responsabilidade por combater o vazamento agora. "Eu assumo
a responsabilidade", disse.
"É meu trabalho assegurar
que tudo esteja sendo feito
para fechar isso."
Sob pressão da Casa Branca, a chefe do Serviço de Gestão Mineral dos EUA, Elizabeth Birnbaum, renunciou
ao cargo. A agência é responsável por supervisionar a perfuração em águas profundas,
e tem sido acusada por Obama ter ter relações promíscuas com as empresas.
TAPE O FURO, BABY
Obama também afirmou
que vai estender a moratória
a autorizações para perfuração submarina por mais seis
meses, e vai suspender por
tempo indeterminado planos
de exploração na costa do
Alasca, na Virgínia e em 33
poços em fase de perfuração
no próprio golfo do México.
"A extração está mais cara
e ficará inerentemente mais
perigosa", disse o presidente. "Isso é parte da razão pela
qual vocês nunca me ouviram falar "fure, baby, fure'",
afirmou, em referência ao lema da ex-governadora do
Alasca Sarah Palin.
A perfuração em águas
profundas, porém, era peça-chave de política energética
de Obama, que quer ver aprovada no Senado uma lei que
reduz a dependência dos
EUA de óleo importado e amplia a energia renovável.
Segundo analistas, a decisão estimula empresas a buscarem concessões de plataformas em lugares como o
Brasil. Isso forçaria os EUA a
importar mais petróleo, aumento o risco de acidentes
com navios-tanques. "Isso é
trocar o risco de um tipo de
derramamento por outro",
diz Mike Breard, da Hodges
Capital Management.
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