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Presidente deu
beijos e abraços
nos familiares
DO ENVIADO A S. JOSÉ DOS CAMPOS
Por várias vezes o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva abraçou com força os parentes das
vítimas do acidente ocorrido
na base de Alcântara (MA),
com o objetivo de confortá-los.
Emocionado, Lula beijou viúvas e filhos dos mortos.
Atrás do presidente, outras
autoridades apenas apertavam
as mãos dos familiares. Formal,
o governador Geraldo Alckmin
às vezes se limitava a apresentar pêsames à distância.
Ao cumprimentar as pessoas,
o presidente puxava com carinho suas cabeças contra o corpo dele. Muitas viúvas começavam a chorar imediatamente,
como se estivessem sendo consoladas por velho conhecido.
Lula conversou por cerca de
dois minutos com um dos filhos de César Augusto Costalonga Varejão, uma das vítimas
do acidente. Ouviu o menino
sem pressa, respondeu às suas
perguntas e o abraçou pelo menos duas vezes.
O presidente também chorou. Duas vezes após abraçar
viúvas e uma última quando
terminou seu discurso. Ele acabara de dizer que o governo
brasileiro pagará os estudos
dos filhos dos mortos até que
terminem a universidade.
O discurso do presidente não
estava previsto no roteiro da
homenagem distribuído pelo
CTA à imprensa. Mas ele já
chegou com um texto escrito e
falou no final da cerimônia, antes da salva de tiros e da execução da marcha fúnebre pela
banda do CTA.
O discurso teve o mesmo tom
emotivo do comportamento de
Lula na cerimônia. Ele não se
referiu à investigação sobre o
acidente nem às suas causas.
Limitou-se a tentar confortar
os familiares.
Quando terminou a cerimônia, o presidente saiu por uma
porta lateral do ginásio e foi levado diretamente à base aérea
do CTA, onde estava o avião da
Força Aérea Brasileira usado
pela Presidência da República.
A imprensa não chegou a
menos de cinco metros do presidente. Com isso, ele se livrou
de responder a perguntas sobre
a possibilidade de haver uma
investigação independente sobre o caso. Militares do CTA fizeram um cordão de isolamento para os repórteres, que não
tiveram acesso aos familiares
dos mortos nem às autoridades
presentes à homenagem.
Nem todos os familiares dos
mortos puderam ir à cerimônia
porque o CTA somente distribuiu dez convites por família.
Como aquele era o primeiro
contato das famílias com os
corpos das vítimas do acidente,
várias delas aproveitaram a
ocasião para homenagear seus
mortos. De mãos dadas, muitos rezavam antes de Lula chegar.
(RC)
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