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São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003

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Presidente deu beijos e abraços nos familiares

DO ENVIADO A S. JOSÉ DOS CAMPOS

Por várias vezes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abraçou com força os parentes das vítimas do acidente ocorrido na base de Alcântara (MA), com o objetivo de confortá-los. Emocionado, Lula beijou viúvas e filhos dos mortos.
Atrás do presidente, outras autoridades apenas apertavam as mãos dos familiares. Formal, o governador Geraldo Alckmin às vezes se limitava a apresentar pêsames à distância.
Ao cumprimentar as pessoas, o presidente puxava com carinho suas cabeças contra o corpo dele. Muitas viúvas começavam a chorar imediatamente, como se estivessem sendo consoladas por velho conhecido.
Lula conversou por cerca de dois minutos com um dos filhos de César Augusto Costalonga Varejão, uma das vítimas do acidente. Ouviu o menino sem pressa, respondeu às suas perguntas e o abraçou pelo menos duas vezes.
O presidente também chorou. Duas vezes após abraçar viúvas e uma última quando terminou seu discurso. Ele acabara de dizer que o governo brasileiro pagará os estudos dos filhos dos mortos até que terminem a universidade.
O discurso do presidente não estava previsto no roteiro da homenagem distribuído pelo CTA à imprensa. Mas ele já chegou com um texto escrito e falou no final da cerimônia, antes da salva de tiros e da execução da marcha fúnebre pela banda do CTA.
O discurso teve o mesmo tom emotivo do comportamento de Lula na cerimônia. Ele não se referiu à investigação sobre o acidente nem às suas causas. Limitou-se a tentar confortar os familiares.
Quando terminou a cerimônia, o presidente saiu por uma porta lateral do ginásio e foi levado diretamente à base aérea do CTA, onde estava o avião da Força Aérea Brasileira usado pela Presidência da República.
A imprensa não chegou a menos de cinco metros do presidente. Com isso, ele se livrou de responder a perguntas sobre a possibilidade de haver uma investigação independente sobre o caso. Militares do CTA fizeram um cordão de isolamento para os repórteres, que não tiveram acesso aos familiares dos mortos nem às autoridades presentes à homenagem.
Nem todos os familiares dos mortos puderam ir à cerimônia porque o CTA somente distribuiu dez convites por família.
Como aquele era o primeiro contato das famílias com os corpos das vítimas do acidente, várias delas aproveitaram a ocasião para homenagear seus mortos. De mãos dadas, muitos rezavam antes de Lula chegar. (RC)


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