São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Estudo ajuda a enxergar nitrogênio poluente

Metodologia foi aplicada a metrópole da Arábia Saudita; substâncias afetam oceanos

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Anote o nome: óxidos de nitrogênio. São poluidores da atmosfera que prometem dar o que falar nos próximos anos. Dois estudos recentes mostraram o potencial da encrenca, para lugares tão diferentes quanto as "megacidades" e o oceano Pacífico.
Óxidos de nitrogênio são subprodutos da queima de combustíveis. Essas substâncias provocam mudanças na atmosfera, como a alteração dos níveis do gás ozônio.
A maneira tradicional de medir as emissões de óxidos de nitrogênio é via satélite, um método impreciso. Contudo, graças à interpretação dos padrões de vento, conjugada com as medições das substâncias feitas pelos satélites, a equipe do pesquisador Steffan Beirle criou um método para produzir estimativas mais precisas das emissões de óxidos de nitrogênio nas megacidades, descrita em artigo na "Science".
Beirle, do Instituto Max Planck de Química, na Alemanha, usou como "laboratório atmosférico" a cidade de Riad, na Arábia Saudita, com 7 milhões de habitantes. Como Riad está em uma região desértica e longe de outros centros, as emissões de gases e os padrões de ventos eram mais fáceis de medir.
São Paulo, com seus 11 milhões de habitantes, certamente é uma grande emissora de óxidos de nitrogênio. Mas os dados são difíceis de captar nessa metrópole.
"Até agora nós não investigamos megacidades na América do Sul. No campo magnético da Terra há uma deformação, a anomalia do Atlântico Sul, que afeta as medições de satélite e leva a um aumento de ruído sobre o Brasil", disse Beirle à Folha. "Estamos trabalhando em um método modificado que poderá ser também aplicável a São Paulo."
Que o problema é global foi demonstrado por outro estudo publicado na mesma edição da "Science", descrevendo como o excesso de poluição por nitrogênio está passando ao mar e modificando a química dos oceanos, o que afetaria a vida marinha.


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