São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Escrever melhora resultado das mulheres em exatas

Para pesquisadores dos EUA, redação aumenta a autoconfiança feminina

Em estudo, alunas que escreveram sobre as próprias capacidades conseguiram melhor desempenho em física

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Participar de uma atividade de redação antes da aula propriamente dita pode melhorar o desempenho das mulheres na matemática e na física. Essa é a conclusão de pesquisadores americanos, publicada na "Science".
Para eles- três homens e três mulheres-, o ato de escrever funciona como uma espécie de exercício de autoafirmação dos estudantes.
Isso livraria as mulheres de estereótipos sexistas (em que elas são inferiores nas ciências exatas) e lhes daria segurança para competir com os homens na carreira.
Foram estudados 399 estudantes universitários dos EUA, de ambos os sexos.
Parte desses alunos, selecionados aleatoriamente, teve de escrever sobre seus valores pessoais mais importantes, como a convivência com amigos e familiares. Isso foi feito numa espécie de disciplina introdutória à física.
O outro grupo, de controle, não participou da atividade de escrita e foi direto ao início do curso de física.
As mulheres que escreveram se saíram melhor do que as do outro grupo, posteriormente, nas provas de física.
Entre os homens, não houve diferenças significativas.
Para Akira Myiake, um dos autores do trabalho, a consciência dessa diferença entre os sexos pode afetar negativamente o desempenho das mulheres em seus exames.
Na opinião de Myiake, esse tipo de redação não funciona porque escrever seja uma coisa feminina, "mas porque ajuda mulheres a reafirmar sua autoestima diante de uma adversidade".


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