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BIOTECNOLOGIA
União deve apresentar normas para cultivo de alimentos modificados geneticamente no prazo de 90 dias
Justiça proíbe plantio de soja transgênica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça Federal proibiu a empresa Monsanto de produzir soja
transgênica e o governo federal de
autorizar novos casos de plantio e
comercialização de alimentos
modificados geneticamente pelo
prazo de 90 dias.
A decisão foi tomada anteontem pela 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília. Além da proibição, o juiz Antônio Souza Prudente deu um prazo de 90 dias para a
União exigir da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) uma nova legislação sobre alimentos transgênicos.
A Advocacia Geral da União e a
Monsanto ainda não foram notificadas oficialmente, mas já anteciparam que pretendem recorrer.
A primeira providência deve ser
um pedido de liminar que permita o plantio da soja enquanto os
recursos não forem julgados.
O processo contra a Monsanto e
a União é movido pelo Greenpeace e pelo Idec (Instituto de Defesa
do Consumidor). Ambos contestavam a liberação de espécies modificadas geneticamente pela
CTNBio em prol da Monsanto.
O juiz Prudente condenou a
União a exigir a realização prévia
de estudo de impacto ambiental
(EIA/Rima) da Monsanto do Brasil para a liberação de plantio e
venda de espécies modificadas.
Prudente ainda considerou inconstitucionais duas decisões da
CTNBio que possibilitavam a dispensa do EIA/Rima nos casos envolvendo alimentos transgênicos.
Na mesma sentença, o juiz condenou a União a exigir da CTNBio
a elaboração de novas normas relativas à segurança alimentar, comercialização e consumo dos alimentos transgênicos dentro de 90
dias. As normas devem seguir o
Código de Defesa do Consumidor
e as legislações ambientais.
Durante esse prazo, a CTNBio
fica impedida de emitir pareceres
sobre quaisquer pedidos de liberação de plantio de alimentos modificados. O governo e a Monsanto têm 30 dias para recorrer.
O procurador regional da União
na 1ª Região, José Diogo Cyrillo da
Silva, afirmou que o governo vai
recorrer da sentença "em toda
instância que for necessário".
Silva disse que ainda precisa
analisar o caso para definir a linha
de ação, mas que irá pedir uma liminar que permita a continuidade do plantio e a emissão de novas
autorizações pela CNTBio.
Outro processo do mesmo caso
foi analisado ontem pelo Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, em
Brasília, que julga a cassação de
uma liminar concedida ao Greenpeace e ao Idec. A liminar impedia o plantio de soja transgênica
pela Monsanto enquanto a ação
na 6ª Vara Federal era julgada.
Como a decisão da 6ª Vara já
saiu, a liminar perdeu o sentido.
Mesmo assim, o julgamento no
TRF foi interrompido e será analisado novamente em agosto.
Belo Horizonte
A Vigilância Municipal da Secretaria da Saúde de Belo Horizonte determinou aos supermercados da cidade que coloquem
placas com o aviso "produto com
componentes transgênicos" nas
prateleiras com alimentos geneticamente modificados.
O objetivo é identificar para os
consumidores os 11 alimentos
com ingredientes transgênicos
apontados em testes encomendados pelo Idec e pelo Greenpeace.
Ontem, técnicos começaram a
fiscalização. Cinco supermercados foram visitados e apenas um
tinha placas. A multa é de 100 ufir
(R$ 106,41) ao dia.
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