São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Parlamentares tratam etanol brasileiro como "mocinho"

DA ENVIADA A TÓQUIO

O fórum de parlamentares do G8+5 (as oitos maiores potências do mundo e os cinco grandes países emergentes, entre eles o Brasil), que acaba hoje no Japão, tratará o biocombustível feito a partir da cana-de-açúcar como "mocinho" na discussão sobre o aquecimento global e o acordo que deverá substituir o Protocolo de Kyoto, com metas para pós-2012.
Em relação aos biocombustíveis, o grupo de países deve concordar em dividi-los em dois tipos: os maus e os bons -caso em que está incluído o etanol da cana. Segundo Terry Townshend, diretor de desenvolvimento de políticas da Globe International (sigla em inglês para Organização Global de Legisladores para um Ambiente Equilibrado), para serem incluídos na lista dos "mocinhos", os biocombustíveis não podem ter altos subsídios e devem ser sustentáveis.
"É como o colesterol, existe o bom e o mau", disse Sergio Jellinek, do Banco Mundial, repetindo declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Há alguns pontos importantes que ainda não têm consenso entre os países nesse fórum, que tem o objetivo de reunir parlamentares de nações do G8+5 de diferentes partidos políticos. A idéia é fechar o encontro com um documento a ser entregue aos líderes desses países antes da reunião do G8+5, que ocorre na semana que vem, também no Japão. A reunião compilará sugestões para o acordo climático pós-Kyoto.
Uma das questões em que é difícil chegar a um acordo é a das metas para redução das emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, os países ricos e a Rússia estão do chamado Anexo 1 e possuem metas de redução obrigatória até 2012.
Alguns países consideram, porém, que o mais justo seria não haver essa divisão. Em vez disso, deveria ser usada uma fórmula que levasse em conta o histórico de emissões, as emissões per capita e situação econômica do país para definir a meta e fazer acordos graduais.
A maioria dos países também acredita que reduzir as emissões futuras com base na taxa de emissão de 1990 -como determina o acordo de Kyoto- é irreal ou inatingível no mundo de hoje. O Japão, país que é grande emissor, porém muito eficiente do ponto de vista energético, é um dos que questionam a definição de 1990 como base para as reduções.
A sugestão para a preservação das florestas deve ser a implementação de mecanismos financeiros que compensem manter a mata em pé e proteger a biodiversidade. "Essa é uma área também bastante delicada", disse Townshend. (AB)


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