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Chip ajuda a rastrear madeira em MT
Estado começa a testar monitoramento eletrônico em área de manejo florestal sustentável, dificultando fraude
Mais de 4.000 árvores
já receberam sistema
eletrônico; indústria
vê oportunidade de ter
"diferencial" de venda
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
O Estado de Mato Grosso
começou a testar neste fim de
semana a instalação de chips
eletrônicos para monitorar a
exploração de árvores em
áreas de manejo florestal.
O sistema, segundo o governo do Estado, permitirá
rastrear a madeira que é extraída, dificultando fraudes
relacionadas com a extração
ilegal em áreas indígenas e
de preservação.
O programa piloto do manejo florestal eletrônico começou a ser implantado há
seis meses em uma fazenda
de Nova Mutum (a 245 km de
Cuiabá). Mais de 4.000 árvores receberam chips contendo dados como espécie, diâmetro, altura e localização.
O objetivo, diz a Sema (Secretaria Estadual de Meio
Ambiente), é conseguir
acompanhar eletronicamente a extração legalizada e o
transporte da tora até a indústria madeireira.
"Vamos testar tudo: segurança do sistema, viabilidade
econômica e condições operacionais de implantação",
disse Julio Bachega, secretário-adjunto de Mudanças Climáticas da Sema. O modelo
prevê que os chips sejam
bancados pelo interessado
no manejo, ao custo de R$ 2
cada um. Em grandes quantidades, diz a Sema, o valor cai
para até R$ 0,25.
"Os chips serão fornecidos
pela Sema e só poderão ser
cadastrados no sistema se estiverem dentro da área previamente autorizada para
manejo", diz Bachega.
Antes de cada derrubada,
o produtor precisará informar ao sistema o destino da
madeira. "O chip original fica
no toco da árvore cortada, e
uma cópia segue no tronco
até o destino autorizado e
georreferenciado."
As informações irão compor um banco de dados estadual da exploração florestal
legalizada no Estado, o que
irá favorecer a fiscalização
tanto do manejo em campo
quanto do transporte.
"Quando for auditar a área
de manejo, a fiscalização poderá saber a posição exata de
cada árvore autorizada para
corte. Na estradas, por meio
de antenas leitoras dos
chips, será possível implantar barreiras digitais."
CREDIBILIDADE
Embora possa representar
um aumento nos custos de
produção, a implantação do
sistema é vista com otimismo
por representantes da indústria madeireira do Estado.
O Cipem (Centro das Indústrias Produtores e Exportadoras de Madeira), que reúne oito sindicatos e participa
da implantação do programa
piloto, diz que o chip trará
"credibilidade" ao setor.
"A origem legal da matéria-prima é um diferencial",
diz o presidente do Cipem,
João Carlos Baldasso.
No primeiro semestre de
2010, segundo o Cipem, o setor florestal de Mato Grosso
exportou quase US$ 60 milhões -um aumento de 16%
em relação ao mesmo período do ano passado.
"Se pudermos mostrar que
temos o controle da origem
da madeira, teremos nas
mãos uma ferramenta para
ampliar o nosso papel no
mercado", afirma Baldasso.
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