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AMBIENTE
Grupo brasileiro e europeu cria centro temporário de lançamento de balões para pesquisar poluição atmosférica
Maranhão ganha base para estudo de clima
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma equipe de cientistas europeus e brasileiros instalou um
centro de pesquisas temporário
na cidade de Timon, a 456 km de
São Luís (MA), para, entre outros
objetivos, avaliar os efeitos de gases tóxicos na atmosfera. O estudo é inédito no país.
Com base em dados enviados
pelo satélite Envisat, lançado há
dois anos pela Agência Espacial
Européia, e em leituras realizadas
por balões estratosféricos que serão lançados no município, os
cientistas farão um levantamento
de informações sobre a influência
de alterações atmosféricas no clima do país na região mais próxima da linha do Equador, afirmou
o francês Pierre Dedieu, do Cnes
(Centro Nacional de Estudos Espaciais) da França, coordenador
de operações do projeto.
"As análises feitas pelos os balões são mais precisas que as realizadas pelo satélite e nos propiciam uma leitura mais detalhada", disse Dedieu.
Oitenta cientistas da Alemanha,
Itália, França e do Brasil permanecem na cidade (escolhida por
estar perto do equador) até o dia
15 de dezembro.
Após o encerramento dos trabalhos de pesquisa em Timon, o
grupo de cientistas prevê uma nova etapa de coleta e análise de dados, dessa vez em outras condições de latitude, em uma cidade
ao norte da Suécia, a partir de
março de 2005.
Está previsto o lançamento de
oito balões estratosféricos a partir
de quarta-feira -quando o satélite Envisat estará mais próximo da
região de Timon-, com previsão
de permanência no ar de até 12
horas. Com um peso que varia entre 400 kg e 700 kg, dependendo
do tamanho do balão, os aparelhos farão leituras atmosféricas
que serão analisadas e monitoradas pelos cientistas após a queda
desses artefatos.
Cada aparelho, que pode atingir
entre 38 mil e 45 mil metros de altitude, tem um custo estimado de
US$ 250 mil, disse Elisete Rinke
dos Santos, chefe do setor de balões estratosféricos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O estudo realizado em Timon faz parte de uma parceria
entre o órgão e o Cnes.
Envisat
Em março de 2002, a ESA
(Agência Espacial Européia) lançou o Envisat -maior satélite europeu já colocado em órbita- da
base de Kourou, na Guiana Francesa, com objetivos de monitoramento do aquecimento global, do
grau de contaminação atmosférica e dos riscos de desastres naturais no planeta.
Com o auxílio de um foguete
Ariane-5, o satélite Envisat, que
pesa em torno de oito toneladas,
foi disposto a cerca de 800 quilômetros de altitude.
A cada cem minutos, o Envisat,
que teve um custo estimado de
2,2 bilhões, completa uma volta
em torno da Terra. Suas informações são recebidas em uma estação de pesquisa da Agência Espacial Européia, processadas e liberadas aos cientistas e interessados
no material.
Dados enviados pelo Envisat,
por exemplo, permitiram um estudo de pesquisadores europeus
que constatou que regiões dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia
são as que possuem maiores concentrações de poluentes na Terra.
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