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Dado indica base emotiva do senso ético
DA REPORTAGEM LOCAL
Submeter roedores de
laboratório às agruras do
dilema do prisioneiro
trouxe mais indícios em
favor da ideia de que as escolhas morais dos seres
humanos derivam de uma
fase relativamente primitiva da evolução da mente.
O mesmo "beabá" moral
seria compartilhado com
quase todos os mamíferos
que levam vida social. E
estaria baseado em emoções viscerais, e não na razão. É que, de um ponto de
vista estritamente racional, não valeria a pena cooperar durante o dilema do
prisioneiro: seja lá o que
seu parceiro faça, a melhor
opção é sempre trair.
O que impede a traição,
ao que parece, é o anseio
de estabelecer confiança
mútua, provavelmente
porque, em espécies sociais, um indivíduo vai ter
novas oportunidades de
interagir com o mesmo
parceiro, o qual, então, poderá retribuir o favor.
Noutra brincadeira experimental, o jogo do ultimato, uma pessoa recebe
uma quantia em dinheiro,
que pode dividir como quiser com um parceiro. Mas
os dois só ficam com o dinheiro se a oferta da primeira pessoa for aceita. O
racional seria topar qualquer valor, já que R$1 é
melhor do que nada. Não é
isso o que acontece.
Testes em várias culturas humanas mostram que
as pessoas preferem ficar
sem nada a aceitar uma
oferta inferior a pelo menos 20% do dinheiro (e,
em geral, mais do que isso). Essa reação "cabeça
quente" teria evoluído
porque pessoas totalmente racionais seriam mais
fáceis de explorar.
(REINALDO JOSÉ LOPES)
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