São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Obama mobiliza Defesa para conter derrame de petróleo

Óleo que vazou de acidente com plataforma no golfo do México deve atingir a costa hoje

Mancha de poluição ameaça fauna e indústria da pesca na costa sul dos EUA; 5.000 barris vazam no mar por dia, 5 vezes mais que o previsto


EFE/Greepeace
Foto mostra a área do golfo do México ao sul da costa do Estado da Louisiana (EUA), onde a mancha de petróleo no oceano continua a se expandir depois do acidente

DO "NEW YORK TIMES"

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mobilizou ontem o Departamento de Defesa para ajudar a gigante petrolífera BP nas operações de limpeza da imensa mancha de óleo no golfo do México.
O governador da Louisiana, Bobby Jindal, declarou estado de emergência. A mancha deve atingir a costa hoje, ameaçando a fauna e a pesca no sul dos EUA. A previsão era de que ela atingisse ainda ontem uma unidade de conservação no Estado.
O óleo começou a vazar na semana passada, após uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, da BP, a 80 km da costa. O acidente matou 11 pessoas. Anteontem, descobriu-se que o derrame era cinco vezes maior do que o inicialmente estimado -5.000 barris estão indo para o mar diariamente.
Janet Napolitano, secretária de Segurança Interna, disse que a mancha de óleo é "um vazamento de impacto nacional". A designação significa que recursos federais poderão ser usados para combatê-lo. "Vamos continuar a pressionar a BP para que lance a resposta mais forte possível", disse.
Mas os trabalhos de limpeza sofreram um revés ontem, quando as condições do mar e dos ventos impediram as autoridades de executar a queima controlada de parte do óleo.
Doug Suttles, chefe de exploração da BP, disse que é difícil avaliar o grau de vazamento com precisão, pelo fato de estar ocorrendo em profundidade.
O risco de a mancha de óleo chegar a terra está levando ao estudo de medidas urgentes para proteger a fauna costeira, incluindo o uso de canhões para assustar e afastar aves e a utilização dos barcos de pescadores locais de camarões para a retirada do óleo de áreas rasas.
Até a noite de quarta-feira, cerca de 30 km de barreiras de contenção haviam sido instalados, e há outros 150 km prontos para serem usados.
Na noite de quarta-feira, equipes de limpeza começaram a realizar queimas locais, um processo que envolve encurralar uma parte concentrada da mancha de óleo, arrastá-la para outro local e queimá-la. O procedimento já foi testado e se mostrou eficaz em outros vazamentos, mas o mau tempo e questões ecológicas podem complicar sua realização.
A queima só funciona quando a mancha é espessa; pode não ser eficaz com este vazamento, que, segundo estimativas, seria formado em 97% por um misto de óleo e água.

Tradução de Clara Allain



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