São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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Papéis ficaram mais de 50 anos desaparecidos

DE SÃO PAULO

Francis Crick morreu em 2004, e acreditava-se que boa parte das suas cartas da época da descoberta da estrutura do DNA tinham sido jogadas fora.
Alexander Gann, responsável pelas publicações do Laboratório de Cold Spring Harbor (EUA), descobriu, porém, que isso não era verdade.
Crick dividiu sala em Cambridge com outro pesquisador, Sydney Brenner, por mais de 20 anos, inclusive nos anos 1950.
Brenner, que tem 83 anos (e ganhou o Nobel de medicina, em 2002), quis se livrar das várias caixas de arquivo que guardava há décadas. Deu tudo para a equipe de Gann, que poderia ver algum valor histórico na sua vida.
Gann achou esse valor histórico mas, para infelicidade de Brenner, não em algo relacionado a ele.
Por algum motivo misterioso, em algum momento 34 cartas recebidas e enviadas por Crick (ele registrava tudo com papel carbono) pularam para as gavetas de Brenner na bagunça da sala que dividiam e ficaram assim guardadas por mais de 50 anos, sem ver a luz do Sol.
Boa parte da correspondência foi com Maurice Wilkins, um dos responsáveis por levar as imagens de Rosalind Franklin para Crick e James Watson sem que ela tivesse conhecimento disso.
Wilkins também morreu em 2004. Do trio que ganhou o Nobel, apenas Watson está vivo, com 82, e passou os últimos anos se envolvendo em polêmicas. Disse, por exemplo, que negros são menos inteligentes e que seria uma ótima ideia utilizar a genética para deixar todas as mulheres bonitas.
(RM)


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